Transição Energética: Secretaria de Agricultura reforça apoio ao setor sucroalcooleiro em Ribeirão Preto
O secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, participou do Santander Datagro, como representante do Governo de SP
Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP“O governador já escolheu a matriz energética que vai estimular no Estado de SP: a do setor sucroenergético!”, anunciou Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, nesta quarta-feira (06/03), durante a abertura do 8º Santander Datagro - Abertura de Safra Cana, Açúcar e Etanol em Ribeirão Preto.
A cerimônia de hoje, que marca o início do planejamento do setor sucroenergético brasileiro no ciclo 2023/2024, reuniu representantes da cadeia produtiva da cana e lideranças políticas.
O secretário, que participou do evento representando o governador de SP, ressaltou que dos quase 10 milhões de hectares de cana-de-açúcar cultivados no Brasil, 6 milhões estão em São Paulo. “Temos 180 usinas registradas no Ministério da Agricultura, sendo quase 70 delas a 20 quilômetros de gasodutos já existentes. São Paulo tem o pré-sal caipira, uma preciosidade, na produção de energia renovável e biocombustível”, afirmou o secretário de Agricultura.
Vale lembrar que o setor sucroalcooleiro bateu recorde na balança comercial do agronegócio paulista em 2023, com superávit de US$ 23,34 bilhões, sendo 11,8% superior na comparação com o ano de 2022, de acordo com os dados consolidados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão da SAA.
Além da importância primordial para as exportações do agro paulista, o setor posiciona São Paulo na liderança nacional da transição energética mirando a descarbonização. Isso porque os resíduos da cana-de-açúcar possuem o maior potencial de geração de biocombustíveis, como o biometano.
Segundo a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), o potencial energético do biogás e do biometano no país é de mais de 100 milhões de m³ de gás por dia. Isso significa que esses biocombustíveis, caso fossem totalmente aproveitados — o que passa por desafios logísticos, de infraestrutura e de investimento — substituiriam quase 70% do diesel consumido no país e 40% da demanda brasileira de energia elétrica.
É por isso que o conjunto biogás/biometano a ser produzido no interior do Estado tem sido chamado de pré-sal caipira, dado seu potencial energético que, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, é capaz de melhorar a gestão de resíduos sólidos urbanos e industriais e de aterros sanitários.
“Mandamos um projeto de lei para a assembleia legislativa visando isentar o IPVA de caminhões e ônibus movidos a gás natural e biometano. Também estamos fazendo duas resoluções para aumentar a produção do biometano em conjunto com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Todas as usinas que quiserem começar a produção, terão licenciamento ambiental rápido e eficaz. Podemos produzir milhões de metros cúbicos de biometano no Estado”, afirmou Guilherme Piai.
O secretário de Agricultura destacou, ainda, o trabalho do Instituto Agronômico (IAC-Apta) que é referência mundial em pesquisa para o setor da cana-de-açúcar e a instalação de uma fábrica da Toyota em Sorocaba, parte do investimento de R$ 11 bilhões da montadora no país, onde será incentivada a produção de hidrogênio verde a partir do etanol.
O compromisso do governo de São Paulo no combate às mudanças climáticas acompanha a posição que o Brasil assumiu, no Acordo de Paris, de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de adotar os instrumentos necessários para conter o aquecimento global até 2030. O Estado tem como prioridade alcançar a neutralidade de carbono nas atividades de produção de alimentos até o ano 2050, conforme o Plano de Ação Climática (Net Zero 2050).
O 8º Datagro vai até o dia 07/03 e irá explorar, também, as últimas tendências em tecnologia, abrangendo conceitos da usina 4.0. Além disso, haverá um espaço para análise e discussão sobre a produção conjugada de etanol de cana e milho, refletindo o dinamismo e a evolução constante do setor.