Tradição do cafezinho é desafio para Starbucks
Valor Econômico - 01/12/2006
A Starbucks desembarca no Brasil como uma afiada política de boa vizinhança. Em sua estréia no shopping Morumbi, em São Paulo, cuja loja será aberta hoje para o público, a rede americana lança um novo blend de cafés brasileiros, que possui um sabor pronunciado de chocolate e foi desenvolvido especialmente para o país. Batizado de Brasil Blend - com 's' - o produto será vendido por R$ 3 a xícara, ou melhor, o copo de plástico, enquanto um expresso da casa sairá por R$ 2,80. O único café brasileiro que a rede vende em suas lojas no mundo é o Brazil Ipanema Bourbon - com 'z' - da fazenda mineira Ipanema. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Na loja do shopping Morumbi, os copos para viagem, uma marca registrada da Starbucks nos EUA, são importados. Também vieram da matriz os blends de cafés, a máquina de café expresso e os demais equipamentos para produção das bebidas - todas elas levam nomes italianos, como "latte" e "frapuccino", numa homenagem do fundador da rede, Howard Schulz, à Itália, berço do café expresso. Todo o mobiliário e peças de decoração foram comprados no Brasil. A Starbucks possui nada menos do que 105 unidades no mercado mexicano, onde desembarcou há quatro anos. Maria Luisa Rodenck, a sócia da Starbucks no Brasil, conta que procurou Howard Schultz, o lendário fundador da Starbucks, nove anos atrás com uma proposta para trazer a rede para país. Na ocasião, Schultz respondeu que não viria para o Brasil tão cedo. A empresária detém 51% da joint venture brasileira, enquanto a Starbucks americana possui os 49% restantes.