28/03/18 15h00

Tishman volta a lançar projetos em São Paulo

Valor Econômico

Sem apresentar projetos desde 2014, a incorporadora e gestora imobiliária Tishman Speyer retoma, neste ano, o desenvolvimento de projetos em São Paulo - maior mercado imobiliário do país. Segundo o presidente da Tishman no Brasil, Daniel Cherman, a empresa começou a estruturar compras de terrenos nos dois últimos anos e, em 2018, vai reforçar as aquisições de áreas para empreendimentos residenciais e comerciais.

Por enquanto, a Tishman prevê lançar empreendimento de uso misto - residencial, comercial e varejo - na rua Oscar Freire, nos Jardins, com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 450 milhões. "No mercado residencial para a média-alta renda, os preços já começam a reagir", afirma Cherman. No fim do ano ou início de 2019, a empresa dará início também a desenvolvimento de projeto comercial na zona Sul da cidade de São Paulo.

"O mercado [paulistano] está melhorando, e transações vêm acontecendo", afirma Cherman. O executivo ressalta que a retomada de decisões de investimentos pelas empresas ocupantes de escritórios já se reflete na redução da vacância no mercado de locação. Na avaliação do presidente da Tishman, considerando-se uma perspectiva mais pessimista, o impacto da maior demanda nos preços de aluguel por metro quadrado será sentido em 2021 e, em uma visão mais otimista, a partir do fim deste ano.

"Sou otimista. Acho que a pressão de preços ocorrerá mais rapidamente", afirma Cherman. Estimulada pela melhora de perspectiva de rentabilidade em função da queda dos juros e da retomada do mercado, a Tishman está buscando terrenos para desenvolver projetos comerciais para entrega em 2021 e 2022.

Segundo o executivo, tem havido conversas com potenciais inquilinos sobre espaços ainda não disponíveis para locação, o que havia deixado de ocorrer nos últimos anos. Cherman conta que os valores de locação na avenida Faria Lima - endereço mais nobre para escritórios corporativos na capital paulista - já começam a ser pressionados.

O presidente da Tishman cita que o estoque futuro de escritórios da cidade de São Paulo é limitado pelo novo Plano Diretor e pelas dificuldades de aprovação de projetos. Nos últimos anos, a absorção bruta de escritórios continuou elevada, não em decorrência da expansão de empresas, mas da migração de ocupantes para áreas de melhor qualidade.

Compras de fatias em projetos não são prioridade, mas serão avaliadas conforme as oportunidades, segundo o executivo.

Em abril, a Tishman fará entrega de prédio comercial de padrão triple A, em Nova Lima (MG), com área de 30 mil metros quadrados. O projeto foi desenvolvido em parceria com a construtora Caparaó e exigiu investimentos de R$ 350 milhões.

Em relação ao Rio de Janeiro, a expectativa da gestora é retomar os investimentos a partir de 2019. A Tishman vendeu à Bradesco Seguros, no mês passado, prédio corporativo localizado na Zona Portuária do Rio. Em novembro, entregou o Aqwa, edifício corporativo com área locável de 68 mil metros quadrados. Conforme as condições de mercado, a Tishman poderá lançar empreendimento residencial no Porto Maravilha em 2019, com VGV de R$ R$ 350 milhões na primeira fase.