Thales define plano de expansão no país
Valor EconômicoA inauguração hoje de um centro tecnológico espacial no Parque Tecnológico de São José dos Campos, no interior de São Paulo, é a primeira etapa do investimento de R$ 15 milhões que a Thales Alenia Space pretende fazer no país ao longo dos próximos cinco anos.
O novo centro vai abrigar também o escritório de engenharia da Omnisys, empresa adquirida pela Thales em 2011, e que se tornou chave no projeto de desenvolvimento das atividades de engenharia e design para aplicações espaciais no país. A Omnisys forneceu partes para o satélite sino-brasileiro Cbers, lançado em dezembro e para o Amazônia 1, com lançamento previsto para 2017.
O vice-presidente da Thales Alenia Space no Brasil, Joël Chenet, disse que a localização do novo centro é estratégica, por estar próximo dos principais parceiros da empresa no Brasil, entre eles a Embraer, Visiona (joint-venture entre Embraer e a Telebras) e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
A Thales é fornecedora do sistema de navegação inercial e o GPS do jato de transporte KC-390 e também foi selecionada pela Visiona para fornecer o satélite geoestacionário de defesa e comunicações estratégicas (SGDC. O contrato do satélite e do lançamento, que será feito pela europeia Arianespace, é estimado em R$ 1,3 bilhão.
Segundo Chenet, a direção mundial do grupo assina esta semana com a Agência Espacial Brasileira (AEB) o acordo de transferência de tecnologia no âmbito do projeto do satélite.
A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) também participa do processo de transferência de tecnologia do satélite, com a destinação de uma verba de R$ 50 milhões por ano até 2017.
A empresa brasileira Cenic foi a única selecionada para participar do fornecimento do primeiro satélite SGDC. Segundo Chenet, a Cenic vai produzir um painel onde serão instaladas as baterias do satélite. Com essa qualificação, segundo o executivo, a companhia brasileira poderá se tornar uma fornecedora de classe mundial dos satélites produzidos pela Thales.
"A Cenic será a primeira indústria brasileira qualificada para a fabricação de equipamento para um satélite geoestacionário", afirmou o presidente da Omnisys, Luiz Henriques.
A Omnisys também espera ser incluída no processo de seleção que será feito pela AEB para o programa de transferência de tecnologia associado ao SGDC. "Nosso centro tecnológico espacial estará preparado para o desenvolvimento de engenharia e design para aplicações espaciais", disse Henriques.
Entre os projetos futuros para o novo centro, Chenet destaca o centro de análise de dados associado ao programa europeu Copernicus, constelação de satélites destinada ao monitoramento ambiental do globo.