11/06/10 12h07

Tesouro vai financiar 60% do trem-bala

O Estado de S. Paulo

O Trem de Alta Velocidade (TAV), entre Campinas, São Paulo e Rio, é o mais polêmico projeto em discussão no País. Desde que foi lançado, em 2006, há defensores e críticos ferrenhos à sua construção, orçada em R$ 34,6 bilhões (US$ 19,2 bilhões). A principal reclamação: o Tesouro Nacional financiaria 60% do valor, ou R$ 20,8 bilhões (US$ 11,6 bilhões), por 30 anos.

O diferencial está na taxa de juros, suficiente para atrair a iniciativa privada. O custo do empréstimo será de TJLP (hoje em 6% ao ano) mais 1%. Mas, se a demanda de passageiros for menor que a esperada, o juro pode cair para até TJLP menos 3%. Isso significa um subsídio em torno de R$ 8 bilhões (US$ 4,4 bilhões), que, dizem os críticos, poderia ser melhor investido na expansão do metrô.

Coreia do Sul, Espanha, China, França e Alemanha já manifestaram interesse em participar do leilão, mas todos esperam o lançamento do edital. O Grupo Bertin e a Galvão Engenharia vão participar do consórcio que terá apoio da Coreia. Daniel Sunduck Suh, coordenador-geral do projeto da Coreia, disse que o grupo trabalha com a possibilidade de mudanças no traçado para reduzir o custo e melhorar a rentabilidade.

A tarifa do TAV pode chegar a R$ 325 (US$ 180,6) entre Rio e São Paulo, para a classe executiva. No início, a expectativa é transportar 32,6 milhões de pessoas por ano. A previsão inicial era que as obras fossem concluídas até 2014 para atender a Copa. Mas os atrasos na liberação do processo eliminaram essa possibilidade. Nem para a Olimpíada há garantia de que o projeto esteja pronto.