02/03/11 14h28

Terram foca no setor privado para crescer

Valor Econômico

Com os investimentos em infraestrutura previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) salvos, pelo menos por enquanto, do corte de gastos do governo federal, as grandes construtoras devem manter o foco nas obras públicas, o que deixa maior espaço no segmento privado para a atuação das companhias menores. É nessa perspectiva e nos resultados do início do ano que a Terram baseia o otimismo de suas projeções para 2011 e espera dobrar seu faturamento.

A empresa de terraplenagem, drenagem e pavimentação atua exclusivamente com o setor privado, onde tem mais espaço para atuar, já que o âmbito público é dominado pelas gigantes do setor. "As obras do PAC aquecem o mercado todo. Os concorrentes grandes trabalham para o setor público e sobram mais projetos para nós", afirmou ao Valor um dos sócios da Terram, José Roberto Briguenti.

O executivo afirma que teve o melhor janeiro de sua história. A empresa hoje concorre em 20 grandes projetos em fase final de negociações, dos quais espera conseguir 12. A esses projetos se somam outros 60, que ainda estão em desenvolvimento. Os 80 potenciais trabalhos somados representam cerca de R$ 800 milhões (US$ 470,6 milhões) em terraplenagem, segundo as estimativas da companhia.

"Não só a quantidade de projetos no mercado (abertos à concorrência entre as empresas), mas a qualidade deles é positiva. Eles são grandes e acreditamos que 2011 será o melhor ano desde a criação da empresa", afirmou o diretor comercial, Diego Briguenti, filho de José Roberto. Depois de terminar 2010 com um faturamento de R$ 86 milhões (US$ 48,9 milhões), a Terram espera alcançar o patamar de R$ 180 milhões (US$ 105,9 milhões) em 2011.

O foco no segmento industrial foi intensificado a partir de 2000. Até então, a companhia se voltava para escavações de prédios, processo que utiliza menos tecnologia, caracterizado pelo menor valor agregado. Hoje, com um total de 450 funcionários, a empresa tem em seu portfólio clientes multinacionais como Toyota e Michelin e nacionais como Votorantim Siderurgia e CSN. Os maiores concorrentes, por sua vez, são grandes construtoras, cujos serviços incluem o preparo do terreno. Segundo o executivo, a atuação direta junto às indústrias traz as vantagens da redução do custo do projeto para os clientes e facilita o cumprimento dos prazos, pois a terraplenagem pode começar a ser feita antes da escolha da construtora para o empreendimento.