11/11/15 14h03

Terminais privados são armas do Governo para atrair investimentos

A Tribuna

O setor portuário busca formas para melhorar e aumentar a movimentação de cargas nos portos brasileiros. Uma das ações promovidas pelo Governo é a implantação de Terminais de Uso Privado (TUP). Eles são instalações que funcionam geralmente fora do porto organizado e, através de liberação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), podem exercer suas atividades.

Os TUPs vêm sendo uma arma do Governo Federal para atrair investimentos, aumentar a concorrência e melhorar a eficiência logística nos complexos marítimos e fluviais brasileiros. Segundo a Secretaria de Portos (SEP), desde a promulgação da Lei nº 12.815, o novo marco regulatório do setor, em 2013, o órgão já autorizou 34 Terminais de Uso Privado, entre novas autorizações e ampliações daquelas já existentes.Os investimentos são estimados em R$ 10,4 bilhões.

De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Autoridade Portuária de Santos, há cinco TUP no complexo santista. Essas instalações são da Cutrale, da Dow Química, da Usiminas, da VLI e da Embraport.

O terminal da Cutrale é uma instalação multiuso especializada em granéis líquidos (suco de laranja) e granéis sólidos vegetais (farelo de polpa cítrica, soja, açúcar). Ele está localizado no Guarujá, na Margem Esquerda do Porto. Também nessa área está a unidade da Dow Química, que movimenta granéis líquidos (produtos químicos).

Ainda na Margem Esquerda,mas na Área Continental de Santos, ao lado da Ilha Barnabé, funciona o terminal da Embraport, que movimenta em seus 653 metros de cais cargas que chegam em contêineres.

Também na Área Continental, mas no Canal de Piaçaguera, fica o terminal da VLI, que trabalha com fertilizantes fosfatados e nitrogenados. Atualmente, a empresa prepara a expansão de suas instalações, que passará dos atuais 185 mil metros quadrados para 800 mil metros quadrados e ainda ganhará dois novos píeres, que poderão receber até quatro navios dos tipos Panamax e Handymax. O plano prevê a movimentação de pelo menos 16 milhões de toneladas por ano.

Ainda no Canal de Piaçaguera, mas dentro dos limites de Cubatão, está a unidade da Usiminas, que movimenta granéis sólidos como carvão, minério de ferro e produto siderúrgico, além de realizar operações com bobinas e chapas de aço. O destino de terminal é incerto, diante do comunicado da empresa que pretende paralisar sua produção de aço.