19/10/16 15h25

Temer busca em Tóquio atrair investimentos para o Brasil e acesso a mercado japonês

Presidente Michel Temer e primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, durante entrevista coletiva em Tóquio

Reuters

Enfrentando uma profunda recessão em casa, o presidente Michel Temer buscou nesta quarta-feira atrair investimentos japoneses, dizendo haver muito potencial para investir nos setores de petróleo e gás e aeroportos no Brasil.

Na primeira visita de um presidente do Brasil ao Japão em 11 anos, Temer buscou reparar laços abalados pela ex-presidente Dilma Rousseff, que cancelou duas vezes visitas oficiais ao país.

"Há cerca de 700 empresas japonesas no Brasil. Portanto, eu ressalto mais uma vez que um dos objetivos centrais da nossa presença no Japão, embora por um único dia, é exatamente incrementar e incentivar estas relações comerciais e industriais entre o Brasil e o Japão", disse Temer em discurso a empresários japoneses.

No mês passado, o governo lançou um pacote de concessões e privatizações com ativos em logística, energia, petróleo e saneamento, em um modelo regulatório mais pró-mercado do que o praticado em governos anteriores, para impulsionar os investimentos privados e tirar a economia do país de sua mais profunda recessão em décadas.

Além do objetivo de atrair investimentos japoneses para o Brasil, Temer também espera que os mercados japoneses se abram para commodities brasileiras, como carne bovina e frutas.

O Japão despejou 23,59 bilhões de dólares em investimentos diretos no Brasil em 2015, de acordo com a Organização de Comércio Exterior do Japão.

Atualmente, a importação de carne bovina brasileira para o Japão é amplamente bloqueada. O Ministério da Agricultura brasileiro informou na terça-feira que espera impulsionar sua participação no mercado de carnes e frutas japonês em meados de 2017.

Temer também disse que busca corrigir as contas do governo e limitar os gastos públicos, acrescentando que é importante que o Banco Central estabilize os preços e controle a inflação.

O governo Temer tem dito que o Brasil pode seguir os passos da Grécia de crise financeira caso os gastos não sejam controlados.