08/06/10 10h18

Teles devem investir US$ 37,2 bilhões no País até 2013

O Estado de S. Paulo

As empresas de telecomunicações devem investir R$ 67 bilhões (US$ 37,2 bilhões) entre 2010 e 2013, mantendo o ritmo de aportes feitos nos últimos anos, conforme avaliação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para o Ipea, um investimento maior dependeria principalmente de uma atuação mais enfática do setor público, seja por meio da flexibilização de regras do setor ou da implementação de medidas para disseminar os serviços em áreas com pouca viabilidade comercial para os grupos privados.

Ao apresentar o estudo "Desafios e Oportunidades do Setor de Telecomunicações", em São Paulo, o pesquisador Rodrigo Abdala observou que os preços altos, a baixa escolaridade da população, a competição pouco dinâmica no setor e as restrições regulatórias estão entre os principais gargalos para a democratização da oferta de serviços como telefonia e banda larga. Segundo ele, também dificulta o barateamento dos preços e a disseminação das telecomunicações a existência de diferentes marcos regulatórios entre os serviços e os problemas no uso do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). "A política pública falhou na decisão sobre como usar o Fust. A universalização da banda larga com estes recursos está em discussão, mas até agora não se materializou", afirmou.

Para atenuar os gargalos do setor, Abdala também destacou a necessidade de se promover sinergias nas políticas públicas que resultem em uma melhor articulação entre política setorial, industrial e fiscal. Ele comentou que se deveria replicar nas telecomunicações medidas como o Luz para Todos. Neste contexto, o pesquisador sugeriu como alternativa Parcerias Público-Privadas (PPPs), a definição de funções do Estado neste novo contexto de convergência tecnológica e a intensificação de programas de inclusão digital, com o estabelecimento de metas. Segundo ele, falta uma política governamental que alinhave os interesses das esferas municipal, estadual e federal em estimular a universalização dos serviços.