07/06/11 11h50

Telefônica triplica investimentos em rede de fibra óptica

Valor Econômico

A Telefônica decidiu acelerar a implantação de uma rede de fibra óptica residencial, tecnologia que lhe permite oferecer banda larga superveloz e vídeos em alta definição. A operadora aumentou para R$ 200 milhões (US$ 125 milhões) os investimentos programados para o serviço neste ano. É quase o triplo dos R$ 70 milhões (US$ 43,8 milhões) direcionados a essa infraestrutura em 2010. "A mudança faz parte da estratégia da Telefônica para se preparar para um cenário em que a banda larga vai ser o cavalo de guerra entre as operadoras", afirma o diretor de fibra óptica da companhia, André Kriger.

O objetivo é que a fibra esteja disponível para 1 milhão de domicílios até o fim do ano, o dobro do patamar atual. A operadora - que oferece o serviço nas regiões mais nobres de cerca de dez municípios paulistas - vai reforçar a cobertura em alguns bairros da capital e levar a rede a mais quatro cidades: Jundiaí, Piracicaba, São José dos Campos e São Vicente. De acordo com Kriger, o número de assinantes de pacotes baseados na rede de fibra óptica deve passar de 20 mil para 50 mil até dezembro. "Inicialmente, era um produto que só atraía os clientes mais antenados. Agora, o uso está se disseminando", afirma.

Por trás da expansão, diz o executivo, está o aumento da demanda por vídeos on-line. Outra razão importante é o surgimento das TVs com conexão à web. Os dois fatores impulsionam a demanda por conexões de banda larga super-rápida, já que exigem acessos de alta capacidade. A Telefônica oferece duas velocidades de internet por meio da rede de fibra: 30 megabits por segundo (Mbps) e 100 Mbps. Associados a serviços de telefonia fixa e de TV, os pacotes custam a partir de R$ 159 (US$ 100) e podem chegar a mais de R$ 400 (US$ 250), dependendo do leque de canais de televisão escolhidos.

Com a disseminação desses serviços, a Telefônica planeja reforçar as armas para enfrentar a concorrência. As maiores rivais da companhia - Net e GVT - também têm banda larga de até 100 Mbps baseada em fibra óptica, embora adotem tecnologias diferentes. No caso da Telefônica, a fibra chega até a residência do cliente. Na Net, a fibra vai até as centrais de telefonia, mas o que chega às casas é o cabo coaxial por onde passam seus serviços de TV. A GVT leva a fibra até a rua do assinante e, dali em diante, o sinal é transmitido por meio de fios de cobre.

Com a aposta na fibra residencial, a Telefônica quer atrair assinantes de maior poder aquisitivo. Esse modelo abre o potencial de entregar velocidades de banda larga muito maiores no futuro. Dessa forma, a operadora tenta defender seu mercado em meio à chegada da GVT. Com sede em Curitiba, a GVT atua em alguns municípios paulistas e deve estrear na capital no começo de 2012. Em outros mercados, a empresa conquistou participação expressiva com planos de internet de alta velocidade e preços inferiores aos das teles locais. A fibra óptica também faz parte da estratégia da Telefônica para recuperar clientes de alto valor que perdeu para a Net nos últimos anos. Segundo Kriger, metade dos assinantes desses pacotes vem da concorrente. Os demais são clientes da própria Telefônica que optam por migrar para planos de serviços mais sofisticados.