Telefônica investe em internet das coisas
A operadora anunciou uma parceria com o Centro Universitário FEI para a criação de laboratórios de pesquisa no segmento
Brasil EconômicoA internet das coisas - também conhecida como a comunicação entre máquinas (M2M - na sigla em inglês) - pouco a pouco começa a deixar de ser um sonho distante para se tornar um mercado viável. O amplo leque de aplicações desse conceito envolve desde tarefas simples, como acionar - à distância - as luzes de uma residência, até sistemas complexos de gestão de cidades inteligentes. De olho em todas essas vertentes, a Telefônica Vivo está fortalecendo sua aposta nesse segmento.
"Estamos investindo para transformar a empresa em uma telco digital e dentro de todas as áreas que estamos desenvolvendo para atingir esse objetivo, a internet das coisas é talvez a de maior futuro e a mais promissora", disse Antonio Carlos Valente, presidente da Telefônica Vivo, durante a abertura da sétima edição da Campus Party, evento de inovação e tecnologia que está sendo realizado nesta semana em São Paulo.
Como parte dessa visão, a Telefônica Vivo anunciou uma parceria com o Centro Universitário FEI para o desenvolvimento de tecnologias digitais, com ênfase em projetos e aplicativos relacionados à internet das coisas. Entre outras questões, o acordo prevê a criação de laboratórios de pesquisa e a oferta de bolsas de estudo para alunos de mestrado e doutorado. O investimento previsto na iniciativa não foi divulgado.
"Vamos começar com um laboratório de dimensões mais modestas, mas a expectativa é de que o projeto cresça rapidamente, mais especificamente, a partir do interesse dos alunos. Esse é o grande ponto a ser trabalhado", disse Valente. "É uma parceria emblemática, pois as universidades brasileiras sempre foram cautelosas na aproximação com as empresas".
Rivana Marino, vice-reitora de extensão e atividades comunitárias da FEI, também destacou os benefícios esperados com o acordo. "É uma via de mão dupla. Vamos colocar o conhecimento gerado pelo centro à disposição das empresas e, ao mesmo tempo, seremos alimentados pelas demandas do mercado", afirmou.
Segundo Roberto Piazz diretor da Telefônica Digital no Brasil, a operadora já está desenvolvendo projetos de internet das coisas no segmento empresarial. Uma dessas iniciativas é um piloto com um dos principais bancos privados brasileiros - cujo nome não foi revelado - para o monitoramento de caixas eletrônicos. A ideia é reduzir o tempo de indisponibilidade desses equipamentos por meio do monitoramento de fatores como temperatura, umidade e energia. "Temos projetos também na área de cidades inteligentes e de medição eletrônica de energia, de água e de gás", explicou. "Há muito espaço de crescimento dessa vertente, tanto nas empresas como no governo brasileiro", observou.
Valente falou também sobre a expansão da rede de fibra óptica da companhia. "Temos o plano de chegar até o fim de 2014 com dois milhões de domicílios cobertos em São Paulo", afirmou. "Desde 2013, estamos trabalhando para retomar os negócios fixos e o projeto de fibra óptica tem contribuído muito para essa virada", afirmou.
O executivo preferiu não comentar a notícia veiculada no fim de semana de que o bilionário egípcio Naguib Sawiris fará uma oferta para a aquisição da TIM.
O evento contou ainda com o lançamento do Vivo Sync - serviço de armazenamento, sincronização e compartilhamento de dados na nuvem - , de do Vivo Música, aplicativo de streaming de músicas, em parceria com o Napster.