23/02/10 10h56

Telefônica anuncia investimento de US$ 1,9 bilhão

O Estado de S. Paulo

Telefônica investirá no Brasil R$ 3,5 bilhões (US$ 1,9 bilhão) este ano em telefonia fixa, celular, banda larga e TV por assinatura, entre outros serviços, anunciou ontem o presidente da grupo no Brasil, Antonio Carlos Valente. Os investimentos beneficiarão a concessionária e as outras empresas do grupo, como a operadora Vivo (na qual divide o controle com a Portugal Telecom), o portal Terra e a empresa de call center Atento. Somente na Telefônica, serão investidos R$ 2,3 bilhões (US$ 1,3 bilhão). A empresa garante que no fim deste ano terá investido R$ 16,3 bilhões (US$ 9,1 bilhões). "O mercado brasileiro é muito importante para a Telefônica", afirmou.

O executivo não detalhou os números de 2010, mas afirmou que os investimentos para a expansão da banda larga, uma das prioridades do grupo, devem manter o mesmo patamar do ano passado, de R$ 770 milhões (US$ 390,9 milhões). "Queremos que este ano seja o melhor em banda larga." Hoje, a empresa tem 2,6 milhões de clientes no serviço de internet rápida Speedy. No ano passado, a Telefônica conquistou 81 mil assinantes do Speedy. Isso equivale a dois meses do crescimento registrado pela empresa em 2007, quando conseguiu 487 mil novos clientes de banda larga durante o ano. O baixo crescimento em 2009 é um reflexo das panes sofridas pela companhia.

Valente voltou a defender a participação da iniciativa privada no projeto do governo de massificação da banda larga e criticou a possibilidade de reativação da Telebrás para ser a operadora da banda larga. Ele defendeu a iniciativa privada, alegando que presta um serviço "mais rápido, mais barato e mais efetivo", afirmou. A experiência acumulada pelas empresas privadas, segundo ele, é um fator de vantagem em relação a uma estatal.

Semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a possibilidade de reativação da Telebrás. Ele não descartou a participação das empresas privadas, inclusive defendeu um entendimento com o governo, mas apontou algumas condições: "Se forem criados incentivos para que o mercado oferte e também pelo lado da demanda haja uma maior capacidade de compra, como o Estado de São Paulo criou a banda larga popular, será muito mais fácil para que esse processo venha a ocorrer".