Telefonia dá passos para consolidação e investe em tecnologia
Folha de S. Paulo - 07/11/2006
As liberações de empréstimos vultosos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao setor de telecomunicações, ocorridas nas últimas semanas, evidenciam que esse mercado viverá, em 2007, uma nova onda de pesados investimentos. Essa onda, segundo analistas implicará o redesenho do setor, tornando-o provavelmente mais consolidado, além de significar um teste de eficiência para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Na lista de prioridades das teles, estão as fusões e as aquisições. O alvo mais óbvio são os ativos da Telecom Italia, em especial a TIM Brasil, operadora de telefonia móvel que atua em todo o país e é vice-líder da sua categoria. Os italianos já receberam duas propostas pela TIM Brasil: uma de consórcio formado pela Telefônica e pela BrT (Brasil Telecom) e outra da Claro. Além da compra da TIM, outro ativo da Telecom Italia desperta interesse: a própria BrT. Passadas as preocupações com a pulverização de suas ações, a ser decidida na próxima segunda, a Telemar poderia se interessar em promover uma fusão com a BrT. Mas não agora. Primeiro, avaliam os analistas, a operadora ganharia tempo para resolver o problema da sobreposição de licenças, considerado ilegal atualmente. No mês passado, a Telefônica anunciou a compra da TVA e a parceria com o grupo Abril. Para analistas, o negócio reflete o desejo dos espanhóis de investir no IPTV. Há ainda um último efeito dos investimentos previstos para 2007 -a formação de parcerias entre as teles e provedores de conteúdo de internet. Apesar do crescimento das vendas de links patrocinados, a chegada da banda larga mudou o perfil dos negócios e levou os provedores a se interessarem por novas parcerias. As teles, em contrapartida, estariam interessadas em marcas fortes, capazes de manter e expandir a base de clientes a partir da oferta de conteúdos exclusivos.