12/11/10 11h37

Tele planeja investir mais em 2011

Valor Econômico

A Oi deve voltar a aumentar seus investimentos em 2011, depois de ter colocado o pé no freio neste ano para reduzir a dívida e digerir a aquisição da Brasil Telecom. A companhia prevê fechar este exercício com desembolsos de R$ 3 bilhões a R$ 3,5 bilhões (US$ 1,8 bilhão a US$ 2,1 bilhões) e metade desse valor deve ser gasta no último trimestre. As cifras são bem menores do que os R$ 5,1 bilhões (US$ 2,6 bilhões) despendidos no ano passado, o primeiro após a união entre Oi e BrT. "No ano que vem, vida normal", afirmou o presidente da operadora, Luiz Eduardo Falco, sem revelar números. Com a iminente entrada da Portugal Telecom no bloco de controle, os aumentos de capital previstos na transação devem engordar o caixa da Oi em aproximadamente R$ 7 bilhões (US$ 4,1 bilhões). Porém, o executivo disse que o orçamento mais robusto independe disso.

Para melhorar seus indicadores financeiros, a Oi deixou em segundo plano o aumento da base de assinantes e segurou os projetos de expansão de rede. A operadora ajustou seu foco na redução da dívida líquida, que ficou em R$ 19,3 bilhões (US$ 11,4 bilhões) em setembro, depois de ter batido em patamares que levaram a empresa a descumprir cláusulas de contratos com alguns credores. O resultado dessa estratégia ficou visível na base de assinantes de celulares da Oi. De janeiro a setembro, a companhia atraiu apenas 1,3 milhão de novos clientes, muito abaixo das competidoras Vivo, TIM e Claro. No total, o número de linhas de telefonia móvel no Brasil aumentou 17,5 milhões nos nove primeiros meses do ano.

Na região I (Nordeste e partes do Sudeste e do Norte), o alvo são os clientes de alto valor. A briga por mais assinantes ficará concentrada nos Estados antes atendidos pela BrT e em São Paulo, onde passou a atuar há dois anos só com telefonia móvel. Segundo Falco, a Oi detém 18% do mercado da Grande São Paulo e tem segurado o crescimento porque faltam números de telefone disponíveis para vender. A Agência Nacional de Telecomunicações estuda um novo DDD (10) para resolver o problema, mas o assunto está em seu conselho diretor.