13/11/09 11h55

TAM e Gol são as que mais lucram no setor nas Américas

Folha de S. Paulo

TAM e Gol reverteram prejuízos do ano passado e, pela primeira vez, estão liderando o ranking das empresas mais lucrativas do setor nas Américas. Levantamento da consultoria Economática mostra que, entre 11 empresas aéreas de capital aberto das Américas, a TAM foi a que exibiu o maior lucro nos primeiros nove meses do ano, US$ 674,1 milhões, seguida pela Gol, com US$ 267,1 milhões. Em terceiro lugar está a chilena Lan, com US$ 122,3 milhões. Os maiores prejuízos foram das gigantes americanas Delta (US$ 1,2 bilhão) e American Airlines (US$ 1,1 bilhão).

A TAM divulgou ontem um lucro de R$ 348 milhões (US$ 202,3 milhões) no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo apurado no mesmo período de 2008, de R$ 663,6 milhões (US$ 362,6 milhões). O lucro operacional, de R$ 101,1 milhões (US$ 58,8 milhões), foi 43% menor que no ano anterior (R$ 176 milhões/US$ 96,2 milhões), mas representa uma melhora significativa em relação ao prejuízo operacional do segundo trimestre, de R$ 95,3 milhões (US$ 55,4 milhões).

Segundo o presidente da TAM, Líbano Barroso, a guerra tarifária vivida no terceiro trimestre foi a "pior da história". O yield (preço médio pago por passageiro por quilômetro) da TAM caiu 27% no trimestre na comparação com mesmo período de 2008. Ante o segundo trimestre deste ano, o recuo foi de 7%. Barroso afirmou, contudo, que os preços já se recuperam. "Houve alta de 10% a 20% nas tarifas desde meados de outubro."

Para manter a demanda estimulada mesmo com o aumento no preço das passagens, Barroso aposta em parcerias com bancos e financeiras para poder vender bilhetes em até 36 vezes. A primeira parceria, com o Banco do Brasil, foi assinada ontem. "Queremos conquistar o passageiro de ônibus", afirmou Barroso, que assumiu a presidência da TAM interinamente em meados de outubro, com a saída de David Barioni.

É a primeira vez que a TAM adota um discurso popular e lança uma estratégia para conquistar a classe C. "Essa é a classe que mais cresce no Brasil, não podemos ficar de fora", disse Barroso. A empresa pretende oferecer preços competitivos com tarifas de ônibus em trechos domésticos superiores a mil quilômetros, como Brasília-Salvador, e em horários menos concorridos, como das 10h às 16h ou das 20h às 6h.