23/03/09 10h24

Syngenta investe para pesquisar cana no Brasil

Gazeta Mercantil - 23/03/2009

A multinacional Syngenta investe a cada ano US$ 1 bilhão em pesquisa e tecnologia, e neste ano pelo menos 10% desse montante, ou US$ 100 milhões, vai ser aplicado em pesquisas para cana-de-açúcar. "Várias tecnologias para o beneficiamento da gramínia já estão em desenvolvimento nos nossos laboratórios. Agora estamos em busca de institutos especializados para selarmos parcerias", afirma Ian Jepson, chefe da área de cana-de-açúcar da Syngenta. O Brasil é líder mundial na produção de cana, com uma participação de cerca de um terço do mercado mundial, seguido de longe por Índia e China. A produtividade média das lavouras brasileiras atinge atualmente 80 toneladas por hectare. Se os estudos da Syngenta surtirem efeito, a quantidade de cana colhida na mesma área pode saltar para 240 toneladas, calcula o Ph.D Ian Jepson.

Ainda do lado de fora da célula da cana, a Syngenta pode oferecer aos produtores uma redução de 15% nos custos de plantio, além do aumento da produtividade em outros 15%. A tecnologia em questão substitui o método tradicional de plantio, com matrizes de 30 a 40 centímetros, por mudas com menos de quatro centímetros de comprimento. Elas recebem aplicações de tratamento de sementes para aprimorar o desenvolvimento nos estágios iniciais. O método otimiza o replantio da cana. Outra aposta da empresa é a viabilização da segunda geração de biocombustíveis a partir de resíduos orgânicos, o bagaço. Desvendados os caminhos genéticos a serem percorridos, a Syngenta vai se dedicar à produção transgênica da cana para controlar as pragas que atacam as lavouras, potencializar a produtividade, ultrapassar a barreira dos 13% de concentração de açúcar, reduzir a aplicação de fertilizantes nitrogenados e ainda parir uma variedade resistente à seca.