03/10/08 17h05

Symetrix investirá US$ 150 milhões

Gazeta Mercantil - 03/10/2008

A fabricante americana de chips Symetrix terá a primeira fábrica de memória e deve ser a segunda a iniciar a produção de semicondutores - depois do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) - em mais de uma década no País . Atualmente o País apenas faz o encapsulamento de chips, mas não a sua fabricação. A empresa anunciou ontem a criação de uma joint-venture com o grupo brasileiro Encalso-Damha, chamada Symetrix Systems, para instalarem em São Carlos, no interior de São Paulo, a unidade, que consumirá investimentos de US$ 150 milhões nos três primeiros anos, com a possibilidade de ampliação posterior para até US$ 1 bilhão. Fundada na década de 1980 pelo empresário Carlos Paes de Araujo, a Symetrix decidiu expandir sua atuação para o Brasil depois que o governo federal elegeu o setor de semicondutores, que hoje são importados, como um dos prioritários para o desenvolvimento do País, até como forma de diminuir seu peso negativo na balança comercial. No início deste ano, a Symetrix chegou a anunciar que a fábrica seria inaugurada no Rio de Janeiro, que teria sido escolhido após avaliações também São Paulo e Pernambuco. O foco da unidade será de atender, num primeiro momento, o mercado interno com chips de memória do tipo "ferro-elétrica", usadas em bilhetes de metrô e ônibus e rastreabilidade de animais, por exemplo, disse o diretor comercial da joint-venture, Ricardo Castello Branco. A fábrica, que começa a ser construída no segundo semestre de 2009 e deve ficar pronta em meados de 2011, tem previsão de iniciar atividades com capacidade para 100 milhões de chips por ano. "É mais ou menos o volume do mercado brasileiro hoje. Com isso, o Brasil não teria por que importar os chips tendo uma fábrica aqui. Vamos ter preço e qualidade para competir com produtos da Ásia", disse Castello Branco em entrevista por telefone à Reuters. Ele citou como incentivos para o investimento o projeto do governo federal em instituir um RG eletrônico, em que as cédulas de identidade serão substituídas por cartões com chips contendo dados dos cidadãos que hoje estão distribuídos entre vários documentos. A fábrica utilizará discos de silício (waffers) importados inicialmente para a produção dos chips de memória. A produção local dos wafers depende do mercado brasileiro, disse o executivo. "O mercado brasileiro ainda não justifica um investimento deste porte", acrescentou.