06/05/11 11h21

Suzano tem mais de US$ 2,75 bilhões à mão no BNDES

Valor Econômico

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou mais R$ 1,2 bilhão (US$ 750 milhões) em crédito à Suzano Papel e Celulose, o que eleva a até R$ 4,4 bilhões (US$ 2,75 bilhões) o total de recursos da instituição que estão disponíveis para a companhia, ao longo dos próximos anos, em operações anunciadas desde dezembro. O valor deverá ser aplicado no projeto de expansão da Suzano, que vai construir duas fábricas de celulose, nos Estados do Maranhão e do Piauí, e em demais investimentos previstos entre 2011 e 2015. Somente nesse intervalo, a empresa pretende aportar R$ 2,2 bilhões (US$ 1,4 bilhão) na operação industrial, em florestas e projetos sociais.

De acordo com nota do BNDES, a linha de R$ 1,2 bilhão (US$ 750 milhões) aprovada pela diretoria corresponde a um crédito pré-aprovado, o que possibilita à empresa a contratação de parcelas conforme o cronograma de investimentos, sem necessidade de apresentação da carta consulta. O banco informou ainda que essa é a segunda operação de limite de crédito contratada pela Suzano - em 2009, a companhia obteve R$ 705 milhões (US$ 357,9 milhões) por meio dessa modalidade de empréstimo. Por meio da assessoria de imprensa, a Suzano ressaltou que não necessariamente utilizará o total do crédito.

No fim de dezembro, o conselho de administração da Suzano já havia aprovado a contratação de financiamento de R$ 2,732 bilhões (US$ 1,7 bilhão) junto ao BNDES, com vistas à construção da fábrica de Imperatriz, no Maranhão. O total será dividido em nove subcréditos, que terão valores e condições de pagamento distintos. A concessão do empréstimo pelo banco foi condicionada à emissão de R$ 1,2 bilhão (US$ 750 milhões) em debêntures conversíveis, com preço de conversão de R$ 17,39 (US$ 10,87) e garantia firme de subscrição de até R$ 562 milhões (US$ 351,3 milhões) por parte da BNDESPar - nessa série, as debêntures serão conversíveis em ações preferenciais. O banco de fomento tem, hoje, cerca de 4% de participação na Suzano e pode elevar essa fatia para perto de 6% caso fique com totalidade das debêntures e os minoritários não acompanhem os demais acionistas na operação.

Os recursos referentes ao "crédito de prateleira" anunciado ontem, de acordo com o BNDES, visam à formação de florestas para suprimento das atuais fábricas da Suzano em São Paulo e na Bahia, assim como para abastecimento das futuras unidades fabris no Maranhão e Piauí. Outra parte será aplicada nas operações correntes da empresa. De acordo com balanço da Suzano referente ao quarto trimestre, em dezembro de 2010, os empréstimos e financiamentos devidos ao banco de fomento giravam em torno de R$ 2,5 bilhões (US$ 1,42 bilhão). A Suzano planeja inaugurar as duas novas fábricas de celulose em 2013 e 2014. Cada uma delas terá capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas por ano. Somente na área industrial das unidades - excluídos, portanto, os aportes em florestas, - serão investidos US$ 4,6 bilhões no total.