23/08/21 13h15

Sustentabilidade integra modelo de negócio da Cooperativa Veiling

Cooperativa Veiling Holambra investe em energia solar, captação de água de chuva e coleta seletiva

Correio

Os números impressionam: um complexo sediado em área de 800 mil m², sendo 144 mil m² de construções, quase 8 mil m² de câmaras frias, uma tribuna com 446 terminais de compras onde chegam a ser realizadas 15 mil transações em dias de maior movimento. Esses são alguns detalhes da Cooperativa Veiling Holambra (CVH), que tem uma estrutura planejada para atender a demanda de 400 produtores e expedir, diariamente, milhares de flores e plantas para todo o território brasileiro. Mas toda a tecnologia para garantir essa eficiência tem um custo crescente que só será contido com investimento em sistemas mais sustentáveis.

Com essa percepção, a CVH adotou a sustentabilidade como um modelo de negócio. Seus investimentos nessa área são da ordem de R$ 4,5 milhões por ano, revertidos em sistemas de captação da água da chuva, instalação de painéis de energia fotovoltaica, rebocadores elétricos, material circulante retornável, coleta seletiva, gerenciamento eletrônico de documentos e aquisição de equipamentos que reduzem as agressões ao meio ambiente. "Esses projetos contribuem para a contenção de custos, a geração de novos empregos e o avanço tecnológico, mantendo a harmonia entre o desenvolvimento do negócio e o uso correto dos recursos naturais disponíveis", explica Jorge Possato, CEO (Chief Executive Officer) da cooperativa.

Para ele, a sustentabilidade pode ser um bom negócio. Mas alerta que "o retorno, tanto ambiental quanto financeiro, pode não ser imediato, mas em ambos os casos será compensador". Possato conta que há cerca de dez anos a cooperativa iniciou um plano estratégico de eixo sustentável com perspectivas de crescimento em curto, médio e longo prazos. "É um plano de trabalho para termos nossa própria sobrevivência natural. A economia financeira, se não chega junto com cada implantação, aparece logo depois. As questões sustentáveis e econômicas podem, sim, caminhar lado a lado", ensina.

Até a área administrativa da CVH passou por ajustes que envolvem uma fina sintonia entre a economia e o meio ambiente. Mas para isso foi preciso modificar hábitos e inovar na execução das tarefas. Uma das novidades foi o gerenciamento eletrônico dos documentos, implantado no segundo semestre de 2020. Com isso deixarão de ser impressos 360 mil notas fiscais anualmente e 40 mil folhas de papel sulfite utilizados em contratos. Uma economia eficiente, que o meio ambiente agradece.

Desafio da energia

Um dos maiores custos da cooperativa, hoje, é com a energia elétrica, conta Possato. Desde 2019, o consumo de eletricidade anual é de 10 milhões de KW/H. Por isso, o investimento em um projeto de fontes renováveis deve reduzir o consumo da energia elétrica, substituindo pela energia solar nos próximos anos. Já foram instaladas 1.420 placas de energia solar fotovoltaica e até o final de 2021 totalizarão 2.420 unidades. O investimento em andamento é de aproximadamente R$ 3 milhões, com capacidade para suprir cerca de 18% do consumo total. A potência gerada de 1.000 kW possui equivalência ambiental de 60 toneladas de CO² a menos na atmosfera ou a 8.000 novas árvores plantadas.

O planejamento prevê mais 5.000 placas até 2025 para que a cooperativa possa começar a ter o retorno do benefício de redução do custo kW/hora. O retorno previsto para esse investimento é estimado entre quatro e cinco anos, mas já conta com algumas vantagens, como a possibilidade de aquisição da energia elétrica no Mercado Livre, pelo consumo diferenciado. "Acreditamos que conseguiremos assegurar nosso consumo próprio após 2025, gerando até mais energia do que consumimos. Nosso objetivo é ser autossustentáveis em energia e não dependermos mais da distribuição externa", diz.

O Centro de Distribuição precisa acomodar todas as flores e plantas sob temperaturas que variam de 4ºC a 24ºC. Esse processo ocorre em câmaras frias, que ocupam área de 7.790 m². Mais de 60% do consumo de energia é derivado desse sistema de climatização e refrigeração. Por esta razão, os investimentos em equipamentos mais eficientes fazem parte do plano estratégico do Veiling. De acordo com o CEO, os novos equipamentos possuem uma eficiência superior em 25% se comparados com os antigos, além de utilizarem um sistema de gás ecológico.

fonte: https://correio.rac.com.br/campinas-e-rmc/2021/08/1116930-sustentabilidade-que-brota-das-flores.html