Surgem projetos e Brasil já é o segundo do mercado
Gazeta Mercantil - 27/11/2006
Os projetos de investimento para a redução das emissões de gases que causam o efeito estufa, cujos "créditos de carbono" são revendidos para as empresas dos países industrializados, se multiplicam no Brasil. O País já é, pelo número de investimentos, o segundo no mercado entre as economias em desenvolvimento, depois da Índia e à frente do México e China, embora - segundo o Protocolo de Quioto - não esteja obrigado a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. No total, já foram aprovados 102 projetos no Brasil e outros 58 são avaliados no evento do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite aos países ricos investir na redução ou limitação dos gases de efeito estufa. Esses projetos representam o equivalente a uma diminuição global de 189 milhões de toneladas de anhídrido carbônico, o que supõe cerca de 18% das emissões do Brasil em 1994. O mecanismo é simples: uma empresa brasileira ou estrangeira desenvolve um projeto que permite reduzir os gases de efeito estufa. Se for aprovado, os créditos de carbono podem ser revendidos a uma empresa européia ou japonesa que necessite cumprir as metas de redução de emissão que lhe foram designados. No Brasil, mais de 80% da eletricidade é de origem hidráulica. Além disso, é campeão mundial de biocarburantes com o desenvolvimento massivo do etanol, enquanto que o desflorestamento diminuiu cerca de 52% em dois anos na Amazônia. O Brasil é também o primeiro país emergente a ter bolsa de créditos carbono na BM&F. O projeto foi lançado em 2005 e está apoiado, num primeiro momento, na criação de uma banco de projetos. Do lado da demanda, as empresas estrangeiras já podem registrar suas intenções de compra.