10/01/20 14h35

Supermercados vendem mais em Bauru e Marília, aponta pesquisa

Segundo levantamento da Apas, estas regiões registraram alta de 6,61% entre janeiro e novembro, a maior do Estado

JCNet

As vendas do setor supermercadista nas regiões de Bauru e Marília registraram alta de 6,61%, no acumulado entre janeiro e novembro do ano passado. O índice é substancialmente superior à média do Estado, que foi de 0,57%, e da Grande São Paulo, que contabilizou decréscimo de 2,79%.

Os dados integram o estudo elaborado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), que mostra o faturamento real dos supermercados no Estado (deflacionado pelo IPS/Fipe), seguindo o conceito de mesmas lojas. Considerando todo o Interior paulista, o percentual de crescimento no período também se destacou, alcançando 2,69%.

Para o diretor regional da Apas, Airton Burgos, a recuperação dos empregos, ainda que não seja em ritmo ideal, é uma das principais explicações para a posição privilegiada das regiões de Bauru e Marília no levantamento. De janeiro e novembro, foram 2.617 novos postos de trabalho criados na cidade, segundo o Ministério da Economia.

"O consumidor, com renda e mais confiante quanto à estabilidade do seu emprego, passa a comprar mais. Há uma perspectiva mais otimista sobre a retomada da economia. E, até por conta das promoções, o consumidor acaba indo mais vezes por semana ao supermercado", aponta.

Para o economista da Apas, Thiago Berka, os números apenas não são melhores pelo fato de o primeiro semestre de 2018 ter sido muito fraco. Segundo ele, mesmo somados os resultados de dezembro (que devem ser divulgados em fevereiro), o crescimento de 1% previsto pela associação para 2019 não deve se concretizar.

BLACK FRIDAY

Já na comparação entre novembro de 2019 e 2018, o crescimento de vendas nas regiões de Bauru e Marília foi de 6,55% e, no Estado, de 3,39%. O motivo? A Black Friday, que, no passado, era vista com maior desconfiança pelo setor devido ao foco em eletrônicos.

"Em 2019, os empresários passaram a enxergar a data como oportunidade e se prepararam com ofertas e estoques negociados antecipadamente com a indústria, assim como ocorre em outras datas tradicionais, como Páscoa e Natal", explica Berka.

Além desta adequação relacionada à gestão das lojas, o contexto econômico do País também contribuiu para o resultado, já que forte queda nas taxas de juros proporcionaram maior acesso ao crédito às pessoas físicas e alívio nas dívidas e despesas financeiras das empresas.

Entre outros fatores, está, ainda, a liberação do FGTS no final do ano, que gerou forte impacto na demanda de produtos. "Com a entrada do verão, o incremento se dá, principalmente, sobre bebidas alcoólicas, refrigerante e carnes", completa Burgos.