11/06/08 15h07

Supercomputadores estimulam os negócios

Valor Econômico - 11/06/2008

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já traçou seus planos. No próximo semestre, vai investir alguns milhões de reais em um supercomputador. Depois de injetar US$ 2,4 milhões em uma máquina de alto desempenho em 2007, o instituto chegou ao limite da capacidade de seu equipamento e, agora, precisa de mais recursos para melhorar a qualidade e a velocidade de suas pesquisas sobre clima. Limitações de processamento também levaram a Universidade Estadual Paulista (Unesp) a investir R$ 3,1 milhões (US$ 1,9 milhão) em um supercomputador, máquina que deverá ser a mais rápida da América Latina. Casos como o da Unesp, do Inpe e também o da Petrobras - que financiou um supercomputador de R$ 5,8 milhões (US$ 3,6 milhões) instalado na Universidade Federal do Rio de Janeiro - mexem com as operações de grandes fornecedores de tecnologia no país, acirrando a concorrência entre IBM, Hewlett-Packard (HP), Sun Microsystems e Dell. Um supercomputador utiliza centenas ou milhares de equipamentos de redes para integrar os chamados servidores, máquinas de alta capacidade que processam os dados. Esses equipamentos operam juntos (cluster), somando potência para resolver problemas complexos. Até pouco tempo atrás, os supercomputadores eram assunto restrito a ambientes científicos e acadêmicos. Esse cenário, no entanto, começa a mudar, avaliam os fabricantes. "É uma tendência clara. Outros setores já começaram a vir atrás desses equipamentos", diz Joaquim Merino, gerente comercial da Sun. Com o tempo, dizem os especialistas, não será surpresa encontrar essas máquinas apoiando atividades de bancos, operadoras de telecomunicações, além da indústria mecânica e de óleo e gás, por exemplo. Não há números precisos sobre o uso de supercomputadores no Brasil, mas os fornecedores concordam que o volume atual não deve ultrapassar a marca de duas dúzias de projetos.