18/10/10 06h27

Suíça Glencore está prestes a comprar sua 1ª usina no Brasil

Valor Econômico

A Glencore, trading de capital suíço especializada em commodities agrícolas, está em negociações finais para a aquisição da usina Rio Vermelho, de Junqueirópolis, no interior de São Paulo, apurou o Valor. A companhia deverá comprar 70% dessa unidade. O valor da operação é estimado em cerca de US$ 80 milhões. Se concluída a operação, será a entrada da Glencore na produção de açúcar e álcool no Brasil, depois de algumas tentativas frustradas de entrar no segmento sucroalcooleiro. As negociações para essa aquisição já ocorrem há alguns meses.

A Rio Vermelho é uma usina da nova safra de projetos "greenfield" (construção a partir do zero). Atualmente, a unidade só produz etanol hidratado, voltado totalmente para o mercado doméstico. A expectativa é de que essa unidade receba pesados investimentos dos novos controladores para que passe a produzir também açúcar - foco da Glencore - e também aportes para cogeração de energia a partir do bagaço de cana, nos próximos dois ou três anos.

Controlada por um ramo da família Branco Peres, com tradição agrícola, principalmente em café, atualmente, a Rio Vermelho tem capacidade para processar entre 1,2 milhão a 1,3 milhão de toneladas de cana por safra. A trading está no aguardo da aprovação das licenças ambientais no EIA-Rima para que possa dar início ao processo de expansão da sua primeira unidade produtora, segundo apurou o Valor. Depois de sua estreia no setor, o próximo passo da Glencore será promover sua expansão na produção sucroalcooleira. Esse movimento não será feito às pressas, para que a companhia possa sentir como funciona o setor, antes de dar um passo maior. Procurada, a Glencore não comentou o assunto. Nenhum porta-voz da Rio Vermelho foi encontrado para falar sobre o tema.

Com forte tradição em trigo no mercado internacional, a Glencore concluiu em julho deste ano a compra de 50% do moinho Predileto, que enfrentava dificuldades financeiras. O negócio, à época, foi estimado em cerca de R$ 180 milhões (US$ 105,9 milhões). No início do ano passado, a Glencore também passou a ser o operador estratégico da Agrenco, que também passou por sérios problemas financeiros e encontra-se em reestruturação.