Startups vão receber incentivos
Valor EconômicoUm aplicativo que apresenta as melhores rotas para os ciclistas, inclusive com indicação de ladeiras ou bares com lugares para acolher a bike, uma solução para pagamento de transporte público diretamente pelo celular e um portal para acessar ofertas especiais de última hora para hospedagem em hostels. Essas foram as ideias vencedoras do Startup Weekend Mobilidade Urbana, realizado em maio pelo MobiLab (Laboratório de Mobilidade) da SP Trans e CET.
Segundo o organizador do evento e CEO da EzPark, Luiz Candreva, foi a primeira versão do evento voltada para o tema, entre cerca de 500 edições realizadas desde 2008. A iniciativa agregou apoiadores como Google, Tecnisa e SP Negócios, além de startup especializadas - além da EzPark, voltada ao aluguel de vagas particulares para estacionamento, marcaram presença Easy Taxi, Fleet e PegCar, voltadas ao aluguel de carros particulares, e Djengo, focada em caronas corporativas.
Os 87 inscritos formaram 11 grupos de trabalho que, ao longo de um fim de semana, finalizaram as propostas submetidas à avaliação dos jurados, entre eles Dairo Lopes, secretário Nacional de Mobilidade Urbana; Fábio Povoa, cofundador da Movile e investidor-anjo; Guilherme Telles, country manager do Uber; Leo Tang, CEO da Easy Taxi; Ricardo Marat, especialista em mobilidade urbana; Geraldo Santos, diretor da Demo Brasil e Demo Europa; Patricia Quadros, do Google; e Romeu Buzarelo, da Tecnisa. Os critérios incluíram validação, design, modelo de negócios e capacidade de impactar a mobilidade urbana.
Os selecionados vão apresentar suas ideias no Fast Date, evento organizado pela Tecnisa para seleção de iniciativas inovadoras, e no congresso da Associação dos Engenheiros e Arquitetos Metroviários de São Paulo (Aemesp), além de contar com apoio de agências digitais e mentoria. "O projeto vencedor tem possibilidade de ser implementado em São Paulo, via SP Trans", diz Candreva.
O posto ficou com a Wooli, liderada por André Arcas, aspirante a empreendedor de 23 anos que já participara de evento similar em Washington e costuma trafegar de bicicleta entre a Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da cidade, e a Praça da Sé, no Centro. O aplicativo para ciclistas vai contar com sistema de navegação e, em um primeiro momento, apresentará tempo de percurso, aclive e segurança, priorizando vias alternativas e ciclovias.
A meta, no futuro, é avançar no aspecto colaborativo para criar uma comunidade de ciclistas, com funcionalidades como mapeamento de unidades seguras para estacionamento e integração de modais. "A receita virá de publicidade", diz Varcas.
A solução Bilhete Único Mobile (Bum), idealizada por Diego Melo, ficou em segundo lugar. O aplicativo permitirá carga de valores, pagamento por celulares equipados com tecnologia NFC e controle do tempo utilizado no sistema de transporte público. Também está no cenário conseguir criar um "termômetro" do sistema a partir de dados dos passageiros. "Vai melhorar a vida do usuário", diz a analista de sistemas Maira Serratore, 24 anos, responsável pelas relações comerciais do grupo que, no dia seguinte à apresentação da ideia, já tinha reunião marcada com a SP Trans e havia sido contatada por uma aceleradora e um investidor.
Já o Cadá, terceiro lugar, preferiu focalizar a redução na necessidade de movimentação das pessoas com a oferta de vagas de hostels ociosas com preços especiais. A validação foi feita pela própria equipe, que pagou R$ 10 por cabeça para passar a noite no Hostel Vila Madalena e finalizar o projeto a ser apresentado no dia seguinte - a diária regular é R$ 60. "Devemos fechar o protótipo de produto e rodar um piloto no bairro, com divulgação nos bares da região", adianta Caio Tomazelli, engenheiro eletricista que trabalha no departamento de inovação do Hospital Albert Einstein. "Já tivemos contato com uma pessoa do ramo hoteleiro com interesse em parceria ou investimento", diz Caio.
A Transpo levou menção honrosa pela ideia de fornecer serviços de entrega aproveitando os deslocamentos das pessoas pela cidade. Os resultados da EzPark indicam o potencial no segmento. As operações começaram há um mês, em São Paulo, com 760 vagas particulares disponíveis para compartilhamento. O pagamento pode ser feito pelo aplicativo, que também tem parceria com a Multipark. "Estamos implementando parcerias em cidades como Curitiba e Ilhabela para substituir cartões de estacionamento", adianta Candreva. O sistema está em implantação no Chile e é utilizado sob licença na Nigéria.