Startup Solomoto chega ao Brasil com foco em pequenas e médias empresas

Plataforma de marketing digital israelense oferece painel de controle único para gestão digital de empresas, incluindo a criação de sites e redes sociais

Pasha Romanovski deixou a Rússia ainda criança para se instalar em Israel com a família. Lá começou a empreender ainda nos anos adolescentes e não viu razão para parar. “Em Israel a gente acaba criando as coisas para o mundo, por que lá não temos mercado”, diz em tom de brincadeira sobre o sucesso de aplicativos como o Waze e Moovit.

O empresário e investidor vê no Brasil um mercado em potencial para a startup que fundou ao lado de Guy Israeli: a Solomoto, lançada oficialmente por aqui nesta quarta-feira (21).

“Não só porque é um mercado grande, mas também por ser um mercado que nos ajudará a entender como estruturar o próximo. E o que eu gosto muito daqui é que as pessoas gostam de compartilhar as informações, para o bem e para o mal. E essa transparência é muito importante”, explica em entrevista ao IDG Now.

Lançada há cerca de um ano e meio na Rússia, a Solomoto é uma plataforma de marketing digital com foco em pequenas e médias empresas. A proposta é ajudar pequenos empresários a digitalizarem os seus negócios, mesmo que eles não tenham nenhum conhecimento para isso.

“Estamos falando de pequenos empreendedores que não saíram ainda dos limites de seu bairro e que poderiam se beneficiar da plataforma”, ressalta Ana Luiza Amaral, Head of Marketing da Solomoto.

Apesar se ter sido lançada oficialmente nesta quarta, a startup já vem buscando clientes no Brasil há cerca de cinco meses, contabilizando até então 8 mil usuários ativos do serviço, além de parceiros conhecidos – caso do Google, MercadoPago, Apontador e Facebook. No total, a plataforma já conta com 50 mil usuários ativos incluindo aí usuários da Rússia, México e agora Brasil.

Por aqui, a plataforma foi trazida com o apoio de Omar Tellez, ex-presidente da TranzMate, criadora do aplicativo de transporte público Moovit, e atual diretor para América Latina da Solomoto.

Faça Você Mesmo

Através de um único painel, empresas conseguem gerenciar todas as suas atividades de marketing digital e interações com seus clientes na web e em redes sociais, incluindo aí a criação e publicação de um site, com domínio e hospedagem inclusos.

A Solomoto também dá a opção de clientes terem e gerenciarem um comércio eletrônico. Há duas possibilidades de assinatura e o pagamento é feito diariamente. Na primeira, cobra-se R$ 1,50 por dia. O pacote que prevê a gestão do e-commerce sai por R$4,50/dia. Os pagamentos se dão via PayPal ou MercadoPago.

“Se você é uma pequena empresa, para ir para o digital você terá que fazer contratos com o Google, Apontador, Mercado Pago, por exemplo. O que fazemos é juntar todas essas tecnologias em um só painel de controle. Você consegue deixar de lado custos com agências de marketing”, explica Omar Tellez.

Para Pasha, CEO da Solomoto, a plataforma tem como objetivo dar oportunidades mais justas para pequenos empreendedores competirem com grandes marcas que contam com recursos para se digitalizarem. “Você pode fazer a melhor pizza do seu bairro. Uma receita que veio da sua família. Mas de repente, uma grande empresa abre uma franquia do seu lado. Eles têm o nome, a exposição, toda infraestrutura para entrega e presença online. Nós então oferecemos uma forma para esses pequenos empreendedores competirem de forma mais justa”, defende.

Os pacotes de assinatura a valores abaixo do mercado são garantidos pelo próprio modelo do negócio, diz Pasha. Cabe ao cliente que contrata a Solomoto, montar suas próprias campanhas, site e redes sociais, já que a plataforma dá indicações – e de forma intuitiva – como fazê-las.

A startup também se baseia no modelo enxuto. A grande maioria dos funcionários fica baseada em Tel Aviv, Israel. Todo o atendimento ao cliente é feito de forma online – via skype e e-mail. Ao reduzir os custos de operação com o escritório e um quadro amplo de funcionários, a economia também pode ser vista no serviço em si.

Brasil

Segundo dados do Sebrae Nacional, existem 6,4 milhões de estabelecimentos no Brasil, sendo que deste total 99% são micros e pequenas empresas.

A ideia de lançar a plataforma no Brasil, antes de explorar outros mercados como Estados Unidos, foi um conselho do fundador do Waze, Uri Levine, diz Pasha, a quem o vê como um mentor. Levine também é membro do conselho da Solomoto.

“Ele disse ‘esse é o mercado’. Nós vimos os números, e eu vi uma grande quantidade de pessoas que estão migrando seus negócios para o digital, o número de e-commerce vem aumentando. Ficou claro para nós que era um grande lugar para estarmos”, destaca Pasha.

De acordo com Guy Israeli, Chief Operating Officer da startup, a expectativa é que a Solomoto cresça no Brasil 10 vezes o seu tamanho atual até o final de 2016.