Startup investe em fábrica de inseticida biológico contra vetor da dengue, chikungunya e zika
Planta da BR3 em Taubaté vai empregar 200 pessoas nas áreas técnicas e de produção de solução de baixo custo que mata o Aedes aegypti em seu criadouro
Investe São PauloA BR3, startup de biotecnologia atualmente residente no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia - Cietec (USP/IPEN), anunciou oficialmente nesta quarta-feira, 18 de janeiro, que vai investir R$ 20 milhões na instalação de sua sede e fábrica em Taubaté, empregando cerca de 200 pessoas.
O objetivo principal e prioritário é aumentar a produção do DengueTech, inseticida biológico que, quando colocado na água, inibe por 60 dias a procriação dos mosquitos vetores dos vírus Dengue, Zika e Chikungunya, o Aedes aegypt.
Além do Cietec (USP/IPEN), o projeto contou também com o apoio da Investe São Paulo, agência de promoção de investimentos e exportação ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.
“Com esse projeto, mais um passo foi dado na resolução de um problema de saúde publica de relevância internacional. É um empreendimento que mostra como o Governo do Estado de São Paulo consegue concatenar academia, instituições privadas e públicas em soluções não só tecnologicamente avançadas, mas de ampla relevância para a sociedade”, explica o diretor da Investe SP, Ermínio Lucci. A Agência ajudou a empresa principalmente em questões de licenciamento ambiental para a nova planta.
O DengueTech foi desenvolvido pela BR3 dentro da incubadora paulistana do Cietec (USP/Ipen), em cooperação com a Fiocruz, e foi o projeto vencedor do concurso Acelera Startup, da Fiesp. O produto já está sendo comercializado por algumas empresas, e a ideia é que a expansão de sua venda leve a companhia a um faturamento total de R$ 10 milhões em 2017.
A planta de P&D de Taubaté deve entrar em operações em 2018, e vai ter uma capacidade de produção mil vezes maior do que a operação piloto existente hoje. O terreno escolhido tem 14 mil metros quadrados, sendo que 5 mil serão de área construída.
“O apoio da prefeitura foi fundamental para antecipar o amanhã de nosso projeto. Escolhemos Taubaté por estar no próxima a vários ICTs [Instituições de Ciência e Tecnologia], apresentar um dos melhores IDHs do país, estar no centro dos principais mercados consumidores, e com excelente situação logística para a internacionalização dos negócios da companhia.” , disse Rodrigo Perez, sócio-fundador da empresa.
O prefeito de Taubaté, Ortiz Junior afirmou: “consideramos muito importante a vinda da BR3 para nossa cidade. Além da geração de empregos diretos e indiretos, a instalação de uma indústria deste porte é motivo de orgulho para Taubaté, que trata o combate ao mosquito Aedes aegypti como prioridade.”
Sobre o DengueTech
DengueTech é o nome comercial do inseticida biológico formulado a partir de um microrganismo de ocorrência natural, o Bacillus thuringiensis israelenses, conhecido como BTI, sendo uma solução inovadora, muito prática, eficaz, segura e, principalmente, sustentável. Para pequenos criadouros custa apenas dois reais por ponto de aplicação por mês.
No atual cenário de circulação crescente de arboviroses transmitidas pelo Aedes, só o BTI é eficaz e também sustentável e seguro para ter seu uso massificado. Com o apoio do ICB/USP (Institutos de Ciências Biomédicas), a tecnologia licenciada pela FIOCRUZ foi aprimorada pela BR3, e se acredita que seja o estado da arte de formulações do produto no mundo. Se tornou eficaz em poucas horas e é persistente por 60 dias.
A tecnologia está aprovada pela ANVISA na modalidade Venda Livre (o que permite a distribuição e uso pela municipalidade ou a compra no mercado por qualquer cidadão). Portanto, o DengueTech está pronto e pode ser facilmente incorporado ao contínuo aprimoramento das práticas de controle de vetores conduzidas pelas municipalidades.
Sobre a BR3
A BR3 desenvolve tecnologias em química e biotecnologia que melhoram a qualidade da agricultura e da saúde das pessoas de forma sustentável. Com o lançamento do fungicida Fegatex em 2001, tornou-se a primeira empresa nacional a desenvolver no Brasil um defensivo agrícola a partir de um ingrediente ativo de uso inédito na agricultura mundial. Em 2010, a empresa passou a desenvolver bioprodutos, e está hoje presente nas principais regiões agrícolas do Brasil, onde revende seus produtos por intermédio de uma rede de distribuidores. Saiba mais em www.br3.ind.br/.