27/05/24 15h26

Startup da Esalq faz pesquisas de carbono no agro em Piracicaba

Empresa, fundada por engenheiro alemão, faz parte da EsalqTec desde 2023

Folha da Região

Cada vez mais presente nos debates relacionados ao meio ambiente, o sequestro de carbono para evitar danos em áreas produtivas, como a desertificação dos terrenos, tem sido uma das promessas para sustentabilidade do agronegócio. Com base na Esalqtec, incubadora de startups ligadas à tecnologia no agronegócio da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), a empresa formada pelos alemães Niklas Kluger e Felix Harteneck tem desenvolvido pesquisas em Piracicaba para auxiliar pequenos agricultores a fazer a transição para uma agricultura de baixo carbono.

Engenheiro ambiental, Kluger teve seu primeiro contato com o Brasil em 2013, quando trabalhou em uma ONG nos estados de São Paulo e no Piauí. Voltou ao Brasil em 2021, quando passou a desenvolver uma tese de mestrado na região Nordeste, que focava no potencial do mercado de carbono para reverter a desertificação e degradação do semiárido rural. Durante esse tempo, surgiu a ideia de dar início à startup. “Um dos meus melhores amigos, Felix Harteneck, me visitou no Nordeste e, durante uma longa viagem de carro da Serra da Capivara à Recife, idealizamos a fundação de uma StartUp com a visão de usar tecnologias naturais de sequestro de carbono, para alavancar a restauração dos solos tropicais”.

O projeto foi apresentado primeiramente a uma aceleradora europeia, e, a partir disso, surgiu a InPlanet (da qual Niklas e Felix são sócios e co-fundadores), uma empresa de remoção de carbono que atua em colaboração com os agricultores para restaurar seus solos e ajudá-los a fazer a transição para uma agricultura de baixo carbono, sustentável e baseada na natureza. A Esalq entra na história da dupla em 2022, quando Niklas estava em intercâmbio na instituição. “Eu procurava estudar as ciências de solo com docentes de renome na área”. E da aproximação com docentes e pesquisadores da Esalq, concretizou seu objetivo. “Meu objetivo então era trabalhar nos dois continentes, a América do Sul e Europa, desta vez investindo no mercado de carbono”, conta.

Hoje, a InPlanet tem sede no Brasil e na Alemanha e está associada, desde 2023, à Esalqtec. “O Brasil já apresentava legislação vigente nesta área e, com a guerra na Ucrânia, aumentou a necessidade de encontrarmos vias alternativas que diminuíssem a dependência dos fertilizantes provenientes da Rússia”, disse. Na prática, a InPlanet atua no mercado de carbono e, como contrapartida no campo, emprega o uso de rochas como via de remoção de gás carbônico da atmosfera. A atividade de pesquisa e inovação acontece em Piracicaba, enquanto o comercial da startup acontece na Alemanha. “O Brasil tem condições ideais, os solos tropicais e o uso de pó de rocha em terras agrícolas por aqui apresenta o maior potencial de remoção de carbono em todo o mundo”, completa Niklas.

 

Fonte: https://sampi.net.br/aracatuba/noticias/2835214/cidade/2024/05/startup-da-esalq-faz-pesquisas-de-carbono-no-agro-em-piracicaba