Starrett aumenta produção em Itu
Valor EconômicoA Starrett, fabricante americana de serras e ferramentas de aço e instrumentos de medição está investindo R$ 20 milhões para elevar a produção em sua fábrica de Itu, no interior de São Paulo. Salvador de Camargo, presidente da Starrett Brasil, afirma que o investimento vai permitir triplicar o volume de produção de aço bimetal, mais resistente que os aços comuns e usado em alguns tipos de serras. Com a expansão da produção na unidade, ele espera um aumento de 15% no faturamento da companhia neste ano.
No ano passado, o crescimento das vendas foi de 8% em relação a 2013, para US$ 90 milhões (R$ 258 milhões, no câmbio atual). O valor corresponde por 30% do faturamento global da Starrett, de US$ 300 milhões em 2014. O executivo esclarece que o avanço esperado nas receitas é para os resultados em reais. "Com esse câmbio, o crescimento em dólares não vai existir", diz. Embora o real mais fraco favoreça a empresa na hora de exportar, prejudica o tamanho da operação do Brasil dentro do grupo.
De aproximadamente 100 toneladas ao ano, a produção da linha em expansão saltará para cerca de 300 toneladas anuais. A companhia pretende vender as serras no mercado brasileiro e em outros países e também fornecer o aço produzido para outras fábricas do grupo. Atualmente, cerca de 20% da produção da Starrett no Brasil é destinada ao mercado exterior, diz Camargo. Embora o mercado local não tenha apresentado um crescimento expressivo, ele acredita que a Starrett pode conquistar uma fatia atualmente suprida por produtos importados e vê uma melhora no segmento de serras elétricas e de fita.
A Starrett também tem fábricas nos Estados Unidos, na Escócia e na China, mas a unidade brasileira é sua maior em volume de serras do mundo. A decisão de ampliar a linha de produção justamente no Brasil - onde a companhia está presente desde 1956 - foi baseada na possibilidade de obter ganhos de escala, afirma Carmago. "Mesmo com as condições de custos difíceis, vamos melhorar a produtividade", diz.
Ele afirma que apesar de os custos logísticos serem altos no Brasil, a Starrett tem uma carteira de clientes sólida na América Latina, o que ajuda a garantir mercado. "Mesmo nos períodos difíceis para exportação, com o dólar a R$ 1,50, nunca deixamos de atender nossos clientes na região. Hoje temos uma posição mais favorável", afirma.
No Brasil, a companhia estima ter aproximadamente 50% de participação nos principais mercados em que atua. Concorre no mercado brasileiro com outras multinacionais e com fabricantes locais menores. Seus principais produtos são instrumentos de medição, ferramentas e lâminas e máquinas de serra, usadas para corte de madeira, metais e carne, por exemplo. Os principais mercados são os setores automobilístico, marinha, de aviação, agrícola e construção.