06/04/08 10h35

SP tem US$ 9,6 bi em novos imóveis

O Estado de S. Paulo - 06/04/2008

A Grande São Paulo é o retrato mais fiel da corrida imobiliária iniciada no ano passado. A região recebeu o maior número de lançamentos desde 1990. Foram 564 empreendimentos anunciados. Só perdeu para o ano de 1986, quando foi lançado o Plano Cruzado, que criou a falsa sensação de aumento do poder aquisitivo dos brasileiros. Juntos, esses novos imóveis têm potencial para gerar US$ 9,6 bilhões em valor geral de venda - conhecido como VGV -, segundo dados preliminares do anuário da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), obtidos com exclusividade pelo Estado. É um dado impressionante. Equivale ao Produto Interno Bruto (PIB) de vários países da África e de alguns da América Central e do Sul. "É, sem dúvida nenhuma, o maior volume já visto em todos os anos", diz o diretor da Embraesp, Luiz Paulo Pompéia. A maior cidade do País foi o foco da maioria das construtoras e incorporadoras, embora algumas delas já tenham iniciado um movimento de diversificação geográfica. As empresas foram à Bolsa de Valores, se capitalizaram e colocaram na praça uma oferta de imóveis poucas vezes vista. A competição entre as construtoras tornou-se selvagem. No afã de crescer rápido, muitas compraram terrenos caros e lançaram produtos errados, nos lugares errados e fora de hora. Nos balanços financeiros divulgados recentemente, já é possível perceber lentidão em vários imóveis, sobretudo de médio alto e de alto padrões, localizados justamente nos bairros que mais concentraram lançamentos no ano passado. "Bairros como Campo Belo, na zona sul da cidade, e Mooca e Tatuapé, ambos na zona leste, já começam a se mostrar preocupantes", alerta Pompéia. Algumas empresas hoje evitam construir no Morumbi, pois sabem que o ritmo das vendas na região tem sido mais devagar que o normal. Há alguns anos, o bairro está no topo dos lançamentos da cidade.