05/04/18 11h38

SP fará PPP para operar fábrica de hemoderivados do Instituto Butantan

Expectativa é que o contrato da parceria seja assinado no segundo semestre deste ano

Folha de S. Paulo

O governo do Estado de São Paulo decidiu fazer uma PPP (parceria público-privada) para operar a fábrica de hemoderivados do Instituto Butantan. O edital para uma concorrência internacional será publicado nos próximos dias no Diário Oficial do Estado.

Hoje, o país importa fatores e albuminas prontas e gasta mais de R$ 1 bilhão com essa compra. Na PPP, o Estado entrará com a fábrica, já pronta, e o plasma sanguíneo coletado nos hemocentros.

À empresa vencedora caberá acabar de equipar a planta, contratar funcionários, transformar o plasma em derivados de sangue (como Fator 8, Fator 9, albuminas e imunoglobulinas), envazar e rotular os produtos com a marca do Instituto Butantan.

A receita obtida com a venda dos hemoderivados ao Ministério da Saúde será compartilhada entre o Butantan e a companhia parceira.

Publicado o edital, empresas terão 45 dias para apresentar propostas. A expectativa da Secretaria estadual da Saúde é que o contrato da PPP, com prazo de 12 anos e seis meses, seja assinado no segundo semestre.

“Esperamos um faturamento bruto de R$ 180 milhões. Vencerá quem fizer a melhor proposta para o Butantan. Mas mais que financeiro, é estratégico: dará ao Brasil uma grande economia na compra dos fatores, hoje importados, e os pacientes serão tratados com derivados de sangue obtidos no país”, diz David Uip, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.

Não é a primeira iniciativa recente no setor. Em 2017, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, tentou montar uma planta de hemoderivados em Maringá, seu reduto eleitoral, com consórcio de laboratório paranaense Tecpar, Butantan, Hemobrás e Octapharma.