SP 'exporta' tecnologia para cana
Valor Econômico - 17/11/2006
Institutos de pesquisa que desenvolvem variedades de cana-de-açúcar em São Paulo reforçam parcerias para transferir tecnologia a outros Estados com pouca tradição na cultura. Nesse sentido, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag) e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, acabam de fechar convênio com a Fundação de Apoio à Pesquisa de Desenvolvimento do Oeste Baiano (Fundação BA) para desenvolver os canaviais daquela região. Atualmente, a Bahia "importa" mudas de Goiás, São Paulo e Minas Gerais, mas a expectativa dos produtores do oeste é tornar o Estado auto-suficiente em cana. A meta da Fundação BA é plantar entre 2 mil e 3 mil hectares em 2007 para fornecer mudas aos agricultores. A parceria entre as entidades começou em 2005. Em 2006, foram plantados 11 hectares de áreas experimentais em Luís Eduardo Magalhães e Barreiras. A fundação também tem projetos de desenvolvimento de variedades em Goiás e Tocantins. Nos últimos 15 anos, a Fundag aplicou cerca de R$ 20 milhões em pesquisas com cana - 75% do total captado junto ao setor produtivo. A produção de cana é incipiente na Bahia. O Estado representa cerca de 2% de uma produção nacional de 420 milhões de toneladas. Recentemente, dois grupos - Jacarezinho, da família Grandene, e Usina Cansanção, de Alagoas - anunciaram a construção de usinas no Estado. Juntas, as novas unidades demandarão uma área de 40 mil hectares. O Estado planeja ter 350 mil hectares nos próximos anos. Ontem (dia 16), a Oxiteno - controlada pela Ultrapar, assinou com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o BNDES convênio de cooperação para estimular o desenvolvimento de novas tecnologias para produção de álcool químico, com extração através da celulose. O aporte será de US$ 2,8 milhões - US$ 70 mil da Fapesp, US$ 70 mil do BNDES e US$ 1,4 milhões da Oxiteno.