09/12/08 10h30

SP cria banco de fomento para atrair investimentos

Folha de S. Paulo - 09/12/2008

O governo de São Paulo anunciou ontem a criação de um banco de fomento, nos moldes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e de uma agência para atrair investimentos para o Estado. Embora sua implementação já estivesse em andamento há mais tempo, a avaliação é a de que os novos órgãos ampliam a margem de ação do Estado diante da crise financeira internacional. Segundo o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o banco de fomento começa a operar em abril, com aporte inicial de R$ 1 bilhão (US$ 434,8 milhões), proveniente da venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil. A instituição poderá também captar recursos no próprio BNDES, na Caixa Econômica e em organismos multilaterais, como o Banco Mundial e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Antes de São Paulo, outros 12 Estados já criaram bancos de fomento próprios. "Será um BNDES paulista, para as pequenas e médias empresas, que não têm bala, não têm condições de lidarem com financiamento com uma restrição desse tamanho [por conta da crise]", disse Serra. De acordo com ele, o banco atuará em diversos setores da economia. Já a agência de promoção de investimentos -Investe São Paulo- deve começar a funcionar a partir da segunda quinzena de janeiro. A agência vai agregar uma certeira de 40 projetos no valor de R$ 10 bilhões (US$ 4,35 bilhões) da Secretaria de Desenvolvimento. "Nossa meta é duplicar esses investimentos", disse Serra. Para Cláudio Vaz, nomeado presidente da Investe São Paulo, com a agência o investidor passa a ter um "balcão único" para procurar o Estado. "Antes, o investidor tinha que procurar diversas instâncias do governo", afirmou. O presidente da Abdib (indústria de base), Paulo Godoy, diz que, em razão da escassez do crédito ocasionada pela crise, é importante criar novas opções de fomento. Serra afirmou que a crise não irá afetar os investimentos do Estado em 2009, mas admitiu que talvez seja necessário mexer no Orçamento, especialmente para conter os gastos com custeio.