08/10/09 15h15

Southern Cross compra 75% da fabricante de implantes SIN

Valor Econômico

O fundo de investimentos Southern Cross, que estava fora do Brasil há seis anos, quando vendeu uma transportadora de valores para a espanhola Prosegur, comprou 75% da AMG/Sistema de Implante Nacional (SIN), a segunda maior fabricante de implantes dentários do país, por um valor não revelado. Os 25% restantes continuam nas mãos dos fundadores, o cirurgião-dentista Ariel Lenharo e Neide Lenharo, sua mulher. "O mercado de implantes de dentários cresce a taxas anuais acima de 20% e a SIN tem um potencial maravilhoso", diz Rodrigo Lowndes, ex-presidente do Morgan Stanley no Brasil e responsável pela Southern Cross no país.

Repetindo um movimento já visto em outros setores, a classe C é apontada como o impulso mais importante que essa indústria tem recebido. O consumidor quer equipar a casa com uma TV maior, falar num celular mais moderno e ter um sorriso mais bonito. No ano passado os brasileiros compraram 1,4 milhão de implantes dentários, cujos preços podem ir de R$ 300 (US$ 167) a R$ 3 mil (US$ 1670).

Atualmente, a SIN emprega 300 pessoas e a fábrica, situada na cidade de São Paulo, está operando em dois turnos. A líder do setor, a curitibana Neodent fundada em 1994, tem duas fábricas e 600 funcionários. Neide se orgulha de a SIN ser "a única fabricante brasileira de implantes dentários a ter registro na FDA" (Food and Drug Administration, a agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos). Isso permite que a empresa exporte aos EUA.

As exportações equivalem a 10% do faturamento da SIN, diz Lowndes, que prefere não revelar a receita da empresa. Sua meta é elevar essa fatia a 30%. Também faz parte dos planos ampliar o portfólio da empresa, que investe cerca de 5% da receita em pesquisa para desenvolver novos produtos. No primeiro trimestre de 2010, segundo ele, deve ser lançado um que ajuda a reconstituir ossos, fabricado a partir de pó de osso bovino.

A compra da SIN foi feita pelo terceiro fundo aberto pela Southern Cross, que conta com US$ 750 milhões para investir e possui cerca de 20 companhias na América Latina, com ativos avaliados em US$ 1,5 bilhão.