Sorocaba é o 6º maior centro de startups do Estado de São Paulo
Cidade registra crescimento de 97% no número de startups em cinco anos
Cruzeiro do SulSorocaba tem se destacado quando o assunto é inovação e empreendedorismo. De acordo com um estudo do Observatório Sebrae Startups, a cidade registrou um aumento de 97% no número de startups nos últimos cinco anos, saltando de 44 para 87. Com esse avanço, o município se tornou o 6º maior centro de startups no Estado de São Paulo.
Segundo o consultor de negócios do Sebrae-SP, Henrique Rafael Romão, o número é resultado de uma soma de fatores, como localização e instituições de ensino. A proximidade de Sorocaba com o eixo São Paulo-Campinas, além do acesso às grandes rodovias, são aspectos que costumam atrair muitas empresas para a cidade. Desta forma, a região já é considerada economicamente ativa.
“Nós temos um campo universitário bem vasto com entidades públicas e privadas, com cursos voltados para mestrado e doutorado também”, cita o consultor de negócios. “Acredito que tudo isso aquece o mercado de trabalho, oferecendo mão-de-obra de alta qualificação”.
Outro ponto citado por Romão é o Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS). O local reúne e promove vários atrativos, programas e parcerias para as empresas, tanto no Brasil quanto no exterior. Desta forma, o ecossistema de inovação da cidade é cada vez mais fortalecido.
“E, é claro, a conexão entre as entidades também é importante, porque nós não realizamos a inovação sozinhos, é sempre um resultado de esforços colaborativos. Portanto, eu acredito que a conexão entre esses eixos estão cada vez mais sincronizadas, o que nos ajudam a alcançar bons resultados”, destaca o especialista.
O estudo do Observatório Sebrae Startups mapeou 4.038 startups em todo o território paulista. Destas, o modelo de negócio mais adotado é o B2B (Business to Business, no qual o cliente final é outra empresa), representando 55,7% do total. Já o modelo de receita baseado em assinatura (SaaS) é utilizado por 40,65%.
Mas afinal, o que é uma startup?
Com o crescimento das empresas no ambiente digital, principalmente durante a pandemia do coronavírus, o termo “startup” se popularizou. No entanto, qual a diferença entre uma startup e uma empresa tradicional?
Neste cenário, Henrique Rafael Romão explica que são modelos de negócios diferentes. Enquanto uma startup é caracterizada por um processo inovador, utilização de tecnologia e alta escalabilidade sem aumento de custo, a empresa tradicional não possui essa capacidade. Portanto, o crescimento não acontece sem gerar um valor adicional.
“Então, a startup sendo uma empresa que tem um alto potencial de expansão em âmbitos geográficos, podendo estar embarcada com a utilização de tecnologia, possui uma eficiência de agilidade diferenciada quando comparamos com empresas tradicionais”, explica o consultor de negócios. “Portanto, em curtos espaços de tempo, acaba gerando um crescimento, valor, contratações e expansões”.
Um exemplo é a Gooper, que nasceu em 2022 com o propósito de oferecer um departamento de Recursos Humanos (RH) interno e estratégico para as pequenas empresas. Ambientada 100% no digital, a startup oferece serviços desde recrutamento até avaliações de desempenho.
“Essa visão de RH estratégico, geralmente, está muito presente em multinacionais. Assim, eles conseguem tomar decisões mais assertivas, além de evitar multas e processos trabalhistas”, explica Karen Francine, fundadora da Gooper. “Portanto, a nossa intenção é trazer um RH acessível, porém, extremamente tecnológico, para essas pequenas empresas que, por muitas vezes, não têm nem como pagar ou estruturar ali todo esse setor”.
Somente no último ano, a startup apresentou um crescimento de 72% no faturamento e adquiriu 14 novos clientes, alcançando a margem de 32 no total. No início, em novembro de 2022, a Gooper começou atendendo duas empresas. Segundo Karen, além de estar no digital, o ecossistema presente em Sorocaba é um diferencial e uma vantagem.
“Então, para mim, o que está impactando de positivo são as pessoas. Nós temos muitas redes de apoio, como o Parque Tecnológico e o Sebrae, que nos direcionam e nos ajudam nas necessidades”, conta a empresária.
Contudo, existem também os desafios. Para Karen, a maior dificuldade foi o acesso a investimento, além de dúvidas relacionadas ao assunto. Neste cenário, muitos empreendedores não sabem quais linhas de crédito existem e qual é o melhor momento para procurar.
“O investimento é essencial para o crescimento de uma empresa. Atualmente, estamos desenvolvendo uma plataforma própria e só conseguimos por causa disso”, comenta Karen. “A nossa projeção para esse ano de 2025 é manter essa tendência de crescimento, entre 80 e 100%”.