22/07/08 10h50

Sonae planeja ampliar negócios no Brasil

Valor Econômico - 22/07/2008

O Sonae, o maior grupo varejista de Portugal, está com novos planos para o mercado brasileiro. Além da expansão no setor de shopping centers, seu braço mais visível no país, o CEO do grupo, Paulo Azevedo, pretende ampliar os negócios na área de seguros, via aquisições; e começa, também neste ano, a abastecer sua rede de lojas na Europa com produtos brasileiros, em especial artigos de cutelaria, têxteis, frutas, carnes e peixe. Os planos para o Brasil também contempla a vontade de ser reconhecido como um conglomerado que atua em diversos setores e com posições de liderança na Europa, como operador de centros comerciais, e no mundo, como fabricante de painéis de madeira (MDF). Paulo quer ampliar a parceria com a família Feffer, dona da fabricante de celulose Suzano e sócia dos Azevedo na seguradora Lazam-MDS no Brasil. Está previsto um investimento de 35 milhões de euros na Lazam-MDS neste ano e a prioridade é comprar outras corretoras de seguros. O CEO também quer operar no mercado de resseguros. Para operar a trading company que o grupo está abrindo em São Paulo, estão sendo contratados quatro profissionais. Sua tarefa será comprar produtos brasileiros para abastecer a rede de varejo abrigada no guarda-chuva Sonae Distribuição. A trading no Brasil é a terceira aberta pelo grupo, depois de Hong Kong e Índia. Como varejista, o grupo orgulha-se de ter lançado o formato de hipermercado em Portugal, em 1985, e na área de shopping center, lembra Paulo, o projeto de internacionalização começou pelo Brasil. Aqui, a Sonae Sierra é dona de nove shoppings, já em funcionamento, e está com mais três em carteira a serem abertos em ainda neste ano, em Manaus (AM), em 2009, em Londrina (PR), e em 2010, em Uberlândia (MG). Além do varejo, o principal negócio do grupo, o CEO do Sonae abre um sorriso quando fala de outra operação no Brasil que, embora pequena, mostra potencial de expansão. Trata-se da WeDo, consultoria que vende, por exemplo, softwares capazes de agilizar a cobrança das contas de operadoras de telefonia. O CEO prevê que até dezembro a WeDo esteja faturando o equivalente a 50 milhões de euros, vendendo, também, softwares que detectam fraudes. A meta para 2010, diz ele, é de 100 milhões de euros. Curiosamente, o maior faturamento do grupo português no Brasil se dá na indústria. A Tafibrás, dona da Tafisa, que fabrica aglomerados de madeira (MDF) no Paraná, chegou em 2007 a faturar R$ 410,7 milhões (US$ 212,8 milhões), com lucro líquido de R$ 60,1 milhões (US$ 31,1 milhões).