06/04/09 10h28

Sodexo aumenta quadro de pessoal, flexibiliza contratos e amplia receita

Valor Econômico - 06/04/2009

Com as demissões, férias coletivas e licenças remuneradas adotadas pelas empresas entre novembro e fevereiro, a fornecedora de refeições coletivas Sodexo faturou 14% menos com os clientes corporativos que já faziam parte de sua carteira. Seria um grande problema para o desempenho da companhia, não fosse a estratégia implementada desde outubro para enfrentar a crise: reforçar a equipe comercial para conquistar novos contratos e ser flexível para renegociar e manter os já existentes. Como resultado, a empresa captou 28 clientes novos, que demandaram a contratação de quase 600 pessoas, e não só reverteu a perda de receita gerada pelos antigos, como fechou o primeiro semestre de seu ano fiscal (que começou em 1º de setembro) com uma alta de 8,8% no faturamento em relação a igual período do exercício anterior.

"Definimos um foco claro no crescimento", afirma Bruno Dias, diretor-geral da multinacional francesa no Brasil. O primeiro passo foi redesenhar e ampliar a área comercial. A equipe passou a ter 25 pessoas (antes eram 14), foi intensificado o trabalho nas regionais para aumentar a atuação da empresa fora do eixo Rio-São Paulo e foram criadas diretorias por área, como a de saúde, para atender hospitais - um segmento em expansão, que representa só 8% do faturamento da Sodexo. Cerca de 70% da receita total, que foi de R$ 730 milhões (US$ 398.9 milhões) no último ano fiscal, vem do segmento corporativo.

A Sodexo é umas quatro maiores do setor no país, ao lado da GRSA, que pertence ao grupo britânico Compass, e das brasileiras Gran Sapore e Puras. Além da acirrada competição entre elas, empresas de menor porte também se mexem para conquistar contratos que compensem as perdas com os já existentes. A paulista Nutrin, que fatura R$ 115 milhões (US$ 50 milhões) por ano, por exemplo, está usando uma estratégia semelhante à da empresa francesa, com reforço da equipe de vendas e foco em regiões menos exploradas como o Nordeste. Uma das vantagens das multinacionais, no entanto, é fazer parte de contratos globais.