17/09/07 12h00

Sodexho deve anunciar hoje a compra da VR

O Estado de S. Paulo - 17/09/2007

O grupo francês Sodexho deve anunciar hoje a aquisição do grupo brasileiro VR, controlado pela holding Szajman. O grupo deve enviar um comunicado oficial à Bolsa de Paris. O valor do negócio é de R$ 1,030 bilhão (US$ 527,1 milhões). Com a compra, o grupo francês tomará a liderança do mercado nacional de vales-benefício. Claudio Szajman, presidente da VR, será o presidente do conselho de administração do novo grupo. A união entre a Sodexho e a VR deve criar uma empresa com receita de R$ 7,2 bilhões (US$ 3,7 bilhões) no Brasil. Até agora, a dianteira deste negócio estava nas mãos da Ticket Serviços, empresa controlada por outro grupo francês, o Accor. A Ticket tinha uma receita de R$ 6 bilhões (US$ 3,07 bilhões) no País. A terceira posição do mercado passa a ser da Visa Vale, com receitas de R$ 4,8 bilhões (US$ 2,46 bilhões). A holding Szajman também irá vender 20% do capital da Smart.net, empresa responsável pela captura e transmissão de transações financeira feitas a partir de cartões. A Smart.net tem 4 milhões de clientes e é apontada no mercado brasileiro como potencial interessada em abrir o capital em 2008. O valor definido para a compra da Smart.net é de R$ 150 milhões (US$ 76,8 milhões) e pode aumentar no futuro caso a Sodexho exerça o direito de ampliar a participação na empresa. Há um compromisso de aquisição de mais um bloco de 20% de ações, o que dobraria a participação do grupo francês. A união entre a Sodexho e a VR dará ao novo grupo mais musculatura para brigar no mercado de vales-benefício, estimado atualmente em cerca de R$ 17 bilhões (US$ 8,7 bilhões) por ano. E essa nem é, na verdade, a capacidade final do mercado. O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), criado pelo governo federal em 1976, tem a adesão de 9 milhões de trabalhadores, embora o número de pessoas formalmente contratadas no País supere os 30 milhões. Ainda há cerca de 21 milhões de trabalhadores que não possuem acesso a esses benefícios. As pequenas e médias empresas são as que menos oferecem esse tipo de benefício.