16/06/10 10h14

Sócio do BB, Principal mira plano para gasto médico

Valor Econômico

O americano Principal International Group, sócio do Banco do Brasil na empresa de previdência privada aberta Brasilprev, busca autorização do governo para entrar na venda de previdência privada para gastos médicos, um nicho visto como tendo enorme potencial de negócios. A informação foi dada pelo presidente do grupo, Norman Sorensen, em entrevista ao Valor. Sorensen diz que o setor de previdência no Brasil está crescendo 30% ao ano, o dobro da média internacional, e vê estimulo para novos projetos no país. A Brasilprev está se expandindo acima da taxa do mercado, entre 35% e 40% este ano, segundo Sorensen, sem comparação com o resto do mundo.

O plano no Brasil é de conseguir em seis meses ou um ano a autorização do governo para a previdência saúde, pelo qual o cliente acumula poupança para os gastos médicos. Com isso, espera atrair pelo menos 10% da clientela da previdência privada em dois a três anos. "O brasileiro de classe média baixa e média já se conscientizou da importância de poupar para a aposentadoria, e quem tem esse produto poderá comprar também para a saúde", acredita ele. "Já temos quase US$ 17 bilhões sob gestão com o Brasilprev", disse o executivo da Principal Internacional Group, uma divisão do Principal Financial Group, que faz gestão de ativos próximos de US$ 300 bilhões globalmente.

A parceria da Principal com o BB na Brasilprev, que era inicialmente de 10 anos, foi recentemente renovada por mais 20 anos. "Estamos muito contentes, está tudo caminhando bem, o governo está fazendo tudo bem", disse Sorensen, repetindo um sentimento generalizado na área financeira internacional. Além da obtenção de licença para novos produtos de segurança financeira, o executivo diz esperar talvez no próximo governo uma decisão para investimentos de previdência privada fora do Brasil. "Será para diversificar, não ficar só no país", alegou. "No momento em que o governo achar correto, vamos considerar a ampliação do investimento da previdência privada em outros países".

Já o presidente do Banco Mellon, de Nova York, Robert Kelly, vai em outra direção. Ele disse ao Valor que a instituição está lançando fundos de infraestrutura no Brasil para clientes específicos, no Japão e, mais tarde, lançará também na Europa. O Mellon está também contratando funcionários para suas operações em São Paulo e no Rio, refletindo a expansão de seus negócios no país. "Estamos entusiasmados com o Brasil", afirmou.