18/09/09 10h39

Sob novo comando, Marfinite agora vai produzir autopeças

Valor Econômico

A fábrica da Marfinite instalada no município de Itaquaquecetuba, na região metropolitana da capital paulista, poderia muito bem sustentar na sua entrada uma faixa com a frase "Sob nova direção". Literalmente comandada por novos sócios há cerca de um ano e meio, a empresa começa agora a dar passos em novos caminhos, deixando de ser uma tradicional fabricante de móveis e caixas para disputar espaço nos setores automotivo e de eletrodomésticos. A empresa concluiu em agosto a compra de uma fábrica em Mairinque - cidade próxima a São Paulo e que pertencia à concorrente Sedna - com objetivo de produzir peças plásticas para o setor automotivo e a chamada linha branca (geladeira, máquinas de lavar e fogões).

A expansão faz parte dos planos dos empresários Alexandre Pimentel e Artur Dian, que compraram a Marfinite em março de 2008 e investiram R$ 35 milhões (US$ 19,4 milhões) na sua reestruturação. Esse valor inclui a compra da unidade em Mairinque, mas não a de Itaquaquecetuba e a marca. Eles não informam quanto pagaram pela Marfinite, mas contam que parte do valor foi parcelado e está sendo quitado pela geração de caixa da companhia, que faturou R$ 140 milhões (US$ 76,5 milhões) em 2008 e vinha num ritmo de crescimento anual de 20%. Em 2007 a receita foi de R$ 118 milhões (US$ 61,1 milhões), mas a expectativa de faturamento para 2009 é bem mais modesta e deve ficar em torno de R$ 150 milhões (US$ 83,3 milhões).

A Marfinite tem capacidade para transformar 1,5 mil toneladas de plástico por mês e atualmente transforma 1,25 mil toneladas. A unidade em Mairinque pode transformar até 800 toneladas/mês. O plano é concentrar a produção de móveis em Itaquaquecetuba, enquanto a fábrica recém-adquirida será destinada ao novo negócio. Mas a marca Marfinite não será usada no novo negócio. A empresa tem hoje 640 funcionários, quase 10% a mais do que os 590 existentes quando mudou de comando. A divisão industrial (caixas e embalagens) e de móveis representam 35% do faturamento cada um. Os 30% restantes ficam por conta das esferas para desodorante (15%) e utilidades domésticas e outros itens (15%).