01/02/12 12h45

Situação em janeiro é melhor, indicam pesquisas

Valor Econômico

Duas pesquisas importantes realizadas em janeiro com executivos da indústria indicaram melhora da situação do setor. A sondagem da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que os estoques foram regularizados, enquanto o Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC, que ficou em 50,6 pontos em janeiro, feito o ajuste sazonal, apontou expansão da atividade industrial pela primeira vez desde maio de 2011.

Em janeiro, o nível de estoques recuou 2,7%, na comparação dessazonalizada com dezembro, após passar boa parte de 2011 variando entre fortes altas e quedas inexpressivas, segundo a FGV. A fatia de companhias que relataram estoques exagerados caiu de 10,2% em novembro para 6,3% em dezembro, enquanto o percentual das que informaram inventários insuficientes recuou de 2,2% para 1,1%. O ajuste, que levou meses, já se refletiu na confiança e expectativa.

O Índice de Confiança da Indústria avançou 0,5% em janeiro sobre dezembro. Já o Índice da Situação Atual - que mede o humor da indústria no mês da pesquisa - e o Índice de Expectativas - que apura a tendência para os três meses seguintes - cresceram 0,6% na mesma comparação. "A situação mais equilibrada dos estoques diminui o incômodo do empresário no mês. O efeito será sentido nos próximos meses, quando a situação atual começará a tirar proveito desse cenário", diz Aloisio Campelo, coordenador de sondagens conjunturais da FGV.

Em outubro, oito dos 14 setores analisados estavam superestocados. Em janeiro, só têxteis, farmacêuticos e mobiliário restaram na lista. Quem se destacou em janeiro foi o segmento de materiais de transporte, que, impulsionado pelo aumento do IPI para automóveis com menos de 65% de componentes nacionais, apresentou o saldo de 1,7% de empresas superestocadas. Em novembro, eram 15,8%.

Esse resultado não carrega, necessariamente, otimismo. "O ajuste de estoques ainda não caracteriza uma recuperação da produção e dos investimentos", diz Campelo. Outra notícia que corrobora um momento mais favorável foi o segundo avanço consecutivo do nível de utilização da capacidade instalada. Ele ficou em 83,7% em janeiro, o maior desde os 84,1% de julho de 2011. A previsão da FGV é que a indústria cresça 2,8% em 2012 - na melhor das hipóteses.

Já o PMI do HSBC ficou em 50,6 pontos, acima dos 49,1 pontos de dezembro. Quando o número fica acima de 50, a leitura é de expansão da atividade da indústria. O PMI de janeiro indicou "um aumento tanto da produção quanto do volume de novos pedidos em relação a dezembro". Outra boa notícia é que os fabricantes fizeram contratações em janeiro, no melhor resultado em nove meses. No PMI, cerca de 400 executivos respondem sobre itens como produção, encomendas e emprego.