08/04/08 10h38

Siemens cresce no rastro das commodities

Valor Econômico - 08/04/2008

O desempenho das commodities brasileiras mundo afora está impulsionando as vendas da divisão Building Technologies da multinacional alemã Siemens no Brasil. Dona de um faturamento anual global de  6,2 bilhões de euros, a divisão representa atualmente 8% da receita mundial da Siemens, que beira os  75 bilhões de euros. No Brasil, o grupo não costuma revelar os números de suas unidades de negócio. Mas não é difícil imaginar que a divisão Building Technologies segue o padrão mundial, ou seja, é dona de 8% da receita de R$ 5,4 bilhões (US$ 3,1 bilhões) que a multinacional fatura no país. Essa unidade de negócios engloba atividades de segurança, sistemas de incêndio industrial e automação predial (uso racional de energia). "O mercado brasileiro, onde está inserida as atividades da Building Technologies, movimenta R$ 2 bilhões (US$ 1,14 bilhão) por ano", afirma Paulo Alvarenga, diretor-executivo desta divisão da Siemens para o Brasil. Segundo o executivo, nos últimos três anos, esse mercado tem crescido entre 8% e 10% a cada 12 meses. "Essa taxa de incremento deverá se manter nos próximos anos", completa. O executivo explica, contudo, que das três atividades desta divisão da Siemens, quem mais tem crescido no Brasil é a segurança. E não é só a colocação de câmeras, alarmes e controles de acesso. Hoje, o conceito de segurança em áreas industriais envolve a comunicação entre essas ferramentas e as atividades de prevenção. "O vazamento de informação é algo que preocupa bastante o setor de óleo e gás no país", exemplifica o diretor-executivo no país. Apesar de a segurança dominar as vendas atuais da divisão Building Technologies no país, a Siemens avalia que no futuro próximo poderá registrar uma boa demanda em seu negócio de automação predial. Como esta operação está ligada ao uso racional da energia, a multinacional sabe que no Brasil o futuro desse insumo passa por um aperto entre oferta e demanda, além de preços em alta. E se esta fotografia se confirmar em três ou quatro anos, fatalmente o uso racional de energia será alvo de debate em muitas empresas.