16/05/08 11h25

Siderúrgicas vão dobrar a produção

O Estado de São Paulo - 16/05/2008

As fabricantes brasileiras de aço vão praticamente dobrar sua capacidade de produção até 2015, para 80,6 milhões de toneladas ao ano, com investimentos de US$ 45,7 bilhões (o equivalente a R$ 77,7 bilhões). A projeção foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) e leva em conta projetos já em curso, aprovados para execução e em estudo. Com isso, o País poderá passar de nono a sétimo maior produtor mundial. "Estamos entrando num ciclo sustentado de crescimento. A siderurgia está pronta para atender a este desafio", disse o vice-presidente-executivo do instituto, Marco Polo Mello Lopes. As projeções do IBS indicam que o consumo brasileiro do produto, que cravou 22 milhões de toneladas no ano passado, deverá avançar para 39,8 bilhões até 2015. Com base nesse aquecimento, o IBS reviu de 10,7% para 13,1% o crescimento das vendas internas este ano. As estimativas levam em conta um crescimento da economia pouco acima de 4% ao ano no período. Segundo Lopes, a maior parte da expansão da capacidade produtiva é voltada ao mercado interno. Levando em conta projetos já definidos, está garantida uma expansão da capacidade atual de 41 milhões de toneladas para 63 milhões de toneladas até 2015. Acrescentando os projetos em estudo, o total chega a 80,6 milhões. Um dos projetos em curso é o da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), uma associação entre a alemã ThyssenKrupp e a Vale. Há também outros projetos, como da chinesa Baosteel também em parceria com a Vale. Nesses dois casos, o empreendimento é para suprir produtos para o mercado externo. "São basicamente projetos destinados à exportação, aproveitando a redução da produção nos países desenvolvidos e a transferência para os países em desenvolvimento", disse. No primeiro trimestre, o aquecimento da demanda levou as siderúrgicas a reduzir as exportações, para destinar produtos ao mercado doméstico, e a ampliar as importações, para atender nichos de mercado. Em volume, as vendas internas do produto cresceram 22,5%, enquanto as exportações encolheram 18,4% e as importações avançaram 92,9%, ainda que representem menos de 10% do mercado.