05/08/08 15h38

Siderúrgicas investem US$ 900 milhões em chapas grossas

Gazeta Mercantil – 05/08/2008

Produto de alto valor agregado e de demanda crescente, a chapa grossa tem atraído a atenção dos novos e antigos investidores, tanto para a construção de novas linhas de produção como para projetos de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, que poderão permitir usos especiais, como nas futuras plataformas de petróleo nas áreas do pré-sal. O produto, que no primeiro trimestre era negociado a cerca de US$ 1,2 mil por tonelada (acima dos US$ 1 mil de uma bobina a frio), é utilizado na fabricação de tubos com costura, navios, máquinas agrícolas e bens de capital, portanto investimentos do setor agroindustrial, especialmente no segmento de açúcar e álcool, e de petróleo e gás natural tem elevado o consumo. Segundo estimativas de mercado, somente a construção de novos navios e dutos para atender o setor de petróleo e gás demandarão pelo menos cerca de 8 mil toneladas de chapas grossas, considerando somente os investimentos previstos até 2013. A Usiminas, principal fabricante de chapas grossas da América do Sul deve investir US$ 500 milhões para ampliar em 500 mil toneladas sua capacidade de fabricação do produto na unidade de Intendente Câmara, em Ipatinga (MG). Atualmente o Sistema Usiminas, que inclui também a Cosipa, localizada em Cubatão (SP), produz 2 milhões de toneladas anuais. A Gerdau anunciou no final do ano passado sua intenção de entrar no segmento de chapas grossas, produto plano, portanto que não faz parte da área de atuação tradicional da companhia, que sempre produziu aços longos. A empresa investirá US$ 400 milhões na nova linha, que será construída na unidade da Gerdau Açominas. O projeto prevê a instalação de um laminador de chapas grossas com capacidade para produzir 870 mil toneladas por ano e entrará em operação em 2010. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) também informou, no ano passado, que estudava entrar no segmento. A idéia era ir adiante na cadeia de valor, já que a companhia já atua na produção de aços planos, e aproveita o crescimento da demanda, também como forma de diversificar as operações, entrando em mercados em que não atuava. A definição final do investimento, entretanto não foi anunciada.