23/10/09 12h41

Shoppings tiram projetos da gaveta

Valor Econômico

As empresas de shopping centers estão desengavetando a construção de novos empreendimentos, cujos projetos foram suspensos ao longo do primeiro semestre devido às incertezas causadas pela crise econômica. Empresas como a BR Malls também enxergam uma boa oportunidade para retomar as aquisições, antes que os preços fiquem muito altos novamente, conforme apurou o Valor. A BR Malls comprou recentemente o Shopping Metrô Santa Cruz por R$ 188 milhões (US$ 109,3 milhões).

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Luiz Fernando Pinto Veiga, 29 novos projetos, pelo menos, foram confirmados - o maior número na história recente do setor. São shopping centers que devem ficar prontos entre 2011 e 2012, já que o prazo para a conclusão das obras é de três anos aproximadamente. Neste ano, a previsão é de que 15 shoppings entrem em operação. Três empreendimentos que haviam sido anunciados foram adiados para o ano que vem, de acordo com a Abrasce. O ano de 2010, por sua vez, deve concentrar a inauguração de muitos projetos que foram lançados em 2007, durante o pico de euforia do mercado imobiliário brasileiro. Estão previstas 25 inaugurações de shopping centers no ano que vem.

Segundo Veiga, a reabertura do mercado de capitais permitiu que as companhias voltassem a captar recursos e retomassem os investimentos em novos projetos. A BR Malls, a Multiplan e a Iguatemi captaram em torno de R$ 2 bilhões (US$ 1,16 bilhão) na Bovespa nos três últimos meses com uma nova rodada de venda de ações, conhecido como "follow-on offering", calcula o presidente da Abrasce.

A Aliansce, quarta maior empresa de shoppings do país, enviou prospecto para a abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e passará, quando concluído o processo, a ser a quarta empresa de shoppings listada na Bovespa.

Segundo analistas, os recursos captados pelas companhias devem ser destinados a investimentos e não para a redução do endividamento. A BR Malls, a Multiplan e a Iguatemi não possuem alavancagem muito elevada. A recuperação do mercado financeiro também deve reabrir as linhas de financiamento e o apetite dos investidores por fundos imobiliários de shopping centers, injetando mais recursos no setor.