13/11/09 11h54

Shoppings investem de olho nas classes C e D

DCI

Administradores de shopping centers estão de olho no aumento do poder de consumo das classes emergentes e já começam a lançar empreendimentos desenvolvidos especialmente para atender a esse público, que movimenta R$ 760 bilhões (US$ 441,9 bilhões) por ano, ou seja, 76% do consumo no varejo brasileiro, segundo números do instituto Data Popular. A ideia é investir em malls próximos a locais de grande circulação de pessoas e bairros em que os centros de compras ainda não chegaram.

Segundo Luiz Fernando Pinto Veiga, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o interesse dos empresários em construir centros de compras em bairros cujo público tem menor poder aquisitivo deve-se ao aumento do contingente de pessoas que ingressaram na classe C (20 bilhões de pessoas, nos últimos 4 anos).

De acordo com Marcos Romiti, CEO da Rep Empreendimentos, que também é dona do Shopping Center 3, o shopping popular é um conceito de centro de compras pensado segundo as necessidades dos consumidores das classes sociais mais baixas. "É preciso entender que um shopping para a classe C e D+ não é uma galeria, é um espaço para abrigar lojistas que antes achavam caro montar uma loja em shopping."

No próximo ano a empresa pretende inaugurar o Shoppig Mais, no Largo Treze de Maio, um dos maiores pontos de fluxo de pessoas da zona sul de São Paulo, com circulação de 1,5 milhão de pessoas por dia. O empreendimento contará com 400 lojas, inclusive grandes nomes do varejo, como: Magazine Luiza, O Boticário, Drogaria SP, McDonald's, Casa do Pão de Queijo e rede Giraffas. "Nossa expectativa é de que o estabelecimento movimente entre 20 e 30 milhões no primeiro ano", conta Romiti. "Estamos colocando lojas grandes e em um mesmo shopping pomos também lojas menores, de 8 a 12 metros quadrados, o que possibilita ao pequeno varejista entrar em um shopping sem ter todos os custos de uma loja maior, com todas as despesas de investimentos que são necessárias para isso."

O CEO da Rep diz que o novo centro de compras é desenvolvido a partir de um conceito que procura atender às necessidades de compra da nova classe média e atrair lojistas de rua que até então evitavam montar loja em malls por não dispor de capital para reforma e adequação do ponto.