27/10/10 14h21

Shopping popular vai disputar espaço com comércio de rua em Santo Amaro

O Estado de S. Paulo

Começa a funcionar na sexta-feira o primeiro shopping do Largo 13, no bairro paulistano de Santo Amaro, um centro comercial feito sob medida para a nova classe média brasileira, a classe C. Localizado num reduto de comércio popular, onde predominam lojas de rua e circulam mais de um milhão de pessoas diariamente, o shopping teve investimento de R$ 240 milhões (US$ 141,2 milhões) e a expectativa é de que o empreendimento seja quitado entre 6 a 7 anos. "Criamos um modelo de shopping que não existia em São Paulo", afirma Marcos Romiti, responsável pelo desenvolvimento do empreendimento, que tem como principal investidor a REP Centros Comerciais. Essa companhia faz parte do Grupo LDI, que é uma sociedade entre o Banco Internacional do Funchal (Banif) e a PDG Realty, uma das maiores incorporadoras do País.

Do total gasto para erguer o shopping, R$ 130 milhões (US$ 76,5 milhões) vieram da REP, R$ 90 milhões (US$ 53 milhões) de um fundo constituído pela Bram (Bradesco Asset Management) e, o restante, de outros investidores privados. Romiti conta que o Mais Shopping Largo 13 foi inspirado num empreendimento gaúcho, o Shopping Total Porto Alegre. A fórmula combina grandes redes varejistas com lojas menores. No total, serão 400 lojas, das quais 300 convencionais, como Lojas Americanas, Drogaria São Paulo e McDonald's, localizadas na lateral do empreendimento, e 100 modulares, com 12 metros quadrados de área de vendas e que ficam na parte central do prédio. Nesse caso, a intenção era ter um espaço diferenciado para o pequeno comércio. O segredo comum aos dois portes de loja nesse shopping é ter uma oferta de produtos adequada ao consumidor desse estrato social, cuja renda média familiar varia entre R$ 1,5 mil (US$ 882) e R$ 4,5 mil (US$ 2,65 mil) por mês.

Antes mesmo de colocar o novo shopping em funcionamento, Romiti conta que a REP planeja ter mais quatro shoppings populares em São Paulo nos próximos três anos. Ao todo, serão aplicados R$ 800 milhões (US$ 470,6 milhões). No radar da companhia para instalar novos shoppings estão o bairro Vila Prudente e pontos da zona norte, nas imediações da rodoviária do Tietê. O ponto certo para erguer um shopping com esse perfil, explica Romiti, são terrenos menores, mas que ficam em locais de grande circulação de pessoas. O shopping do Largo 13, por exemplo, fica próximo de estações de metrô, trem e do terminal de ônibus. O grande fluxo de pessoas deve garantir um faturamento inicial entre R$ 25 milhões (US$ 14,7 milhões) e R$ 30 milhões (US$ 17,7 milhões) por mês, muito superior às vendas normalmente registradas por shoppings tradicionais, em torno de R$ 15 milhões (US$ 8,8 milhões).