18/03/08 11h05

Shell estuda produzir álcool no Brasil

Gazeta Mercantil - 18/03/2008

A anglo-holandesa Royal Dutch Shell planeja entrar no ramo de produção de etanol no Brasil a partir de parcerias. A petroleira está desenvolvendo com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) projetos de pesquisa e desenvolvimento do produto. E já conversa com usineiros. Entre as opções, além da cana, estão resíduos de madeira e cascas de árvores como matéria-prima do combustível. Ainda em fase de estudo, os detalhes do projeto são sigilosos. O diretor-executivo de abastecimento da matriz, Rob Routs, esteve no Brasil na semana passada para conhecer a produção brasileira. A Shell é a maior comercializadora de etanol do mundo, com 5 bilhões de litros comercializados no ano passado. "É encorajador ver o que está acontecendo com o etanol no Brasil", afirmou o diretor-executivo Rob Routs durante o evento "2008 Strategy Update", realizado ontem em Londres. Na ocasião, a companhia apresentou para jornalistas e analistas do mundo todo seus principais projetos, entre os 50 que estão em andamento. Maior petrolífera da Europa, a Shell investiu US$ 60 bilhões nos últimos cinco anos. Por mais diversificação que esteja buscando incorporar ao portfolio - a produção de gás natural crescerá mais que a de petróleo - o grande desafio da empresa é repor as reservas de óleo. Para continuar o processo de recomposição de reservas, a Shell mira também o Brasil. Além dos campos Ostra, Argonauta e Abalone que vão começar a produzir petróleo pesado neste ou no próximo ano na Bacia de Campos, a empresa possui ainda três blocos localizados na camada pré-sal. O diretor-executivo de exploração e produção da Shell, Malcolm Brinded, destacou o uso de tecnologia própria para explorar óleo e gás a mais de cinco mil metros de profundidade. "Temos muito interesse nestes projetos", acrescentou o executivo da companhia sobre as concessões das áreas que a Shell possui ao redor do compo de Tupi, na Bacia de Santos. O BM-S-8, no qual a empresa anglo-holandesa é parceira da Petrobras, já começou a ser perfurado. A Shell é dona, sozinha, de uma área pré-sal na região, o BM-S-54. A companhia estuda quando vai começar a perfurar o bloco e pode antecipar os trabalhos de sísmica.