Sharp mira no mercado corporativo
De volta ao Brasil, a multinacional japonesa aposta no mercado business-to-business e já pensa em fabricar e abrir lojas por aqui
Brasil EconômicoHá pouco tempo de volta ao Brasil, desde 2011 com subsidiária, a japonesa Sharp aposta agora no mercado corporativo, com equipamentos multifuncionais de impressão, monitores digitais de grande formato, monitores digitais interativos, ionizadores e purificadores de ar.
A marca já é velha conhecida dos brasileiros, principalmente em outros segmentos como televisores, aparelhos de som e vídeo e micro-ondas, produtos que a empresa não deixou de lado e continua a fabricar, apesar de quase não serem encontrados no país.
“Estamos em um momento de expansão e contamos com o apoio da Sharp Corporation, que enxerga no Brasil um mercado em potencial. Já temos aumentado nossa participação no mercado e começamos a investir também na qualificação e na abertura de novos canais de vendas”, diz o gerente-geral de Vendas e Marketing da Sharp Brasil, Thiago Soares Ribeiro, sem falar em números, mas reforçando que as soluções de impressão para empresas são, ao menos neste momento, o carro-chefe no Brasil.
A operação brasileira, sediada em São Paulo, conta hoje com 22 funcionários e ainda com um estoque em Barueri (SP). Mas, por enquanto, os produtos que chegam ao país ainda são importados. Entretanto, no futuro há planos de trazer a fabricação de itens para o Brasil, ressalta o executivo, além da abertura de lojas próprias. “Lojas e produções locais são um passo muito importante”, completa ele.
Na mídia por conta dos planos para pedidos de injeção de capital a duas instituições bancárias japonesas — segundo noticiou a agência EFE no início do mês, a fabricante teria planos de solicitar US$ 1,455 bilhão — e também por conta da difícil situação de empresas de tecnologia de seu país de origem, a Sharp parece não temer por aqui a concorrência de outras multinacionais no segmento B2B, como as sul-coreanas Samsung e LG.
“Os produtos com que trabalhamos contam com tecnologias exclusivas que só as telas Sharp possuem”, compara Ribeiro, citando como exemplo o monitor digital interativo da empresa, que é uma grande tela touchscreen com expressiva velocidade de resposta: “Os diferenciais desse produto para os concorrentes, além da velocidade de resposta do toque, são o fato de ser um equipamento profissional que poderá ficar em funcionamento ‘24h por 7’, e uma película de proteção antivandalismo. Temos também nossos monitores digitais de grande formato, que possuem tecnologias de qualidade de imagem que nenhum outro no mundo tem”, afirma.
De acordo com os últimos resultados divulgados pela empresa, referentes ao terceiro trimestre do ano fiscal de 2014, o segmento corporativo, chamado no balanço de “business solutions”, foi um dos poucos a apresentar crescimento nas vendas, na comparação com o mesmo período de 2013. Os resultados do ano fiscal, que só termina em março, devem estar disponíveis apenas em abril.
Os investimentos no Brasil podem ajudar a japonesa a ganhar novo fôlego, já que ela amarga resultados nada promissores em sua operação global. Segundo a Reuters, um alto executivo da Sharp disse que a japonesa não considera vender o seu combalido negócio de displays, mesmo depois da previsão de que deve registrar seu terceiro prejuízo líquido anual em quatro anos, devido à fraca demanda de fabricantes chineses de smartphones.
Ainda de acordo com agências internacionais, a previsão é que a Sharp amargue perda líquida de US$ 1,6 bilhão para o atual exercício, com seu processo de reestruturação, que inclui o fechamento de quatro fábricas no Japão. Enquanto isso, a empresa reforça seu olhar sobre o Brasil. “Nosso plano envolve expansão local, novos produtos e desenvolvimento do canal de vendas”, ressalta Ribeiro.