17/02/10 11h02

Setores veem expansão de 2 dígitos com Copa do Mundo

Folha de S. Paulo

Enquanto o mercado projeta avanço de cerca de 5% para a economia neste ano, alguns setores preveem taxas de até dois dígitos por causa da Copa. Meses antes do início do torneio, em junho, diversas empresas investem no incremento da produção, no lançamento de produtos e na criação de campanhas especiais. Os objetivos são comuns - aumentar as vendas e fortalecer as marcas. Os principais beneficiados são os fabricantes de cerveja, televisores e material esportivo.

O Sindicerv, que reúne a indústria de cerveja, projeta crescimento acima de 10% sobre 2009. No fim do ano passado, a AmBev, que tem quase 70% do mercado nacional, anunciou investimentos de R$ 1,5 bilhão (US$ 833,3 milhões) para ampliar entre 5% e 10% a capacidade de produção em 13 Estados. Um dos motivos é a boa expectativa com a Copa.

O setor de televisores também se estrutura para a competição. O lançamento de modelos, que normalmente ocorre em abril ou maio, está sendo antecipado. Segundo o diretor da Samsung Marcio Portella Daniel, pesquisas apontam avanço de 40% do mercado como um todo. O vice-presidente de marketing da Semp Toshiba, Caio Ortiz, diz que, neste ano, é esperado um fenômeno parecido ao de 1974, quando a Copa incentivou a troca dos televisores em preto e branco pelos coloridos. Desta vez, a mudança será dos aparelhos de tubo para os de tela fina. De olho nesse cenário, a empresa ampliou as linhas de produção dos aparelhos LCD. Na Panasonic, a expectativa é que, pela primeira vez, as vendas de tela fina superem as de tubo.

Como reflexo do maior tempo que o brasileiro passará na frente da TV - e também de outros veículos de comunicação -, o otimismo é grande no setor de publicidade. "Este vai ser o ano em que o mercado vai voltar a crescer a dois dígitos", afirma Luiz Lara, presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade, que aposta em expansão entre 10% e 12%.

Nike e Adidas também se dizem otimistas. Com a Copa, o uniforme da seleção, uma das nove vestidas pela Nike, assume a liderança de vendas na linha de produtos para o futebol. A Adidas, com a bola oficial do torneio e 12 seleções, também vê seu apelo. "É um grande momento para a marca e para os negócios", diz Paulo Ziliotto, porta-voz da empresa.