28/09/18 12h30

Setor têxtil volta a consumir mais energia após três quedas

Consumo de energia é considerado um sinal do desempenho da produção industrial

Folha de S.Paulo

*Mercado Aberto – Maria Cristina Frias

O setor têxtil e de vestuário voltou a consumir mais energia no mercado livre (em que grandes clientes escolhem seus fornecedores) em agosto, após três quedas consecutivas na comparação com o mesmo mês de 2017.

A alta foi de 0,32%, segundo a Comerc. A comercializadora contabiliza a energia demandada pelo indústria de calçados nessa mesma categoria. No portfólio da Ecom Energia, o segmento usou 3% mais energia em agosto.

O consumo das empresas automotivas e de autopeças segue como o que mais sobe no portfólio da Comerc, com 8%, mesmo percentual observado pela Ecom. Na Capitale, o incremento é de 11%.

O consumo de energia pode ser considerado um indicador antecedente.

“O ramo vinha mais devagar. Essa alta está relacionada à maior produção para coleções futuras”, afirma Marcelo Ávila, vice-presidente de operações da Comerc.

“O mercado livre tem crescido em quase todos os setores, especialmente nas regiões onde a tarifa das distribuidoras é mais cara. A indústria de tecidos, uma das que vinham em queda, tem reagido”, diz Paulo Toledo, sócio da Ecom.

“Viemos de um movimento ruim, efeito da greve dos caminhoneiros e da economia lenta. A produção vai crescer até dezembro, mas esperamos receita estável para 2018”, diz o presidente da Abit (do setor têxtil), Fernando Pimentel.

A indústria, que iniciou este ano com expectativa de alta de 3,5% no faturamento, projeta agora estabilidade.